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Dores nas costas? Ouça o seu médico!

No âmbito das comemorações que assinalaram o Dia Mundial da Coluna, a dia 16 de Outubro, a Sociedade Portuguesa da Patologia da Coluna Vertebral (SPPCV) alertou para a importância de prevenir as dores nas costas.
“Em Portugal, as dores nas costas continuam a ser um dos principais motivos para ir ao médico. De forma geral, as doenças que afetam a coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física nos adultos e são uma das principais causas de ausência no trabalho”, explica o ortopedista Manuel Tavares de Matos, presidente da SPPCV, sublinhando a aposta na prevenção que se faz “diminuindo os esforços sobre a coluna quando esta se encontra dobrada, sobretudo o levantamento incorreto de objetos pesados; os movimentos repetidos em flexão e rotação e as situações que transmitam trepidação. Deve evitar-se ainda a vida sedentária, efectuando regularmente exercício de baixo impacto (caminhadas, natação, hidroginástica ou bicicleta)”.
Falámos também com Martin Lorenzetti, neurocirurgião especialista que nos ajudou a esclarecer as dúvidas sobre uma das patologias mais frequentes da coluna vertebral: as hérnias discais. Afinal, o que são?
“O disco intervertebral é um amortecedor presente entre as vertebras que absorve os impactos que a coluna vertebral sofre diariamente. Consiste num invólucro de fibras elásticas e de uma parte central mole e gelatinosa. A hérnia de disco acontece quando há saída de parte desse conteúdo gelatinoso para fora do disco e para o canal vertebral onde passam a medula ou as raízes nervosas. Resulta do desgaste do disco que causa laceração do invólucro e a saída do conteúdo que é assim “espremido” para o canal. É mais comum na região lombar e na cervical por serem áreas mais expostas ao movimento e à carga”. Esclarece Lorenzetti, acrescentando: “Calcula-se que cerca de 40% de todos os adultos têm pequenas hérnias de disco que não provocam qualquer dor e que não necessitam de qualquer tratamento. No entanto, as hérnias que provocam dor precisam de repouso e tratamento médico e, se assim se proceder, há uma taxa de recuperação na ordem dos 75%.”
A cirurgia, tal como nos esclarece o nosso especialista, está reservada para os casos raros “em que a hérnia discal causa perturbações do controlo urinário e intestinal, da força, da sensibilidade na perna ou na região genital. Pode também ser uma opção nos casos que não respondem ao tratamento médico (repouso, medicamentos e fisioterapia), tendo uma taxa de êxito superior a 90% no alívio da dor”.
Após a adequada avaliação pelos meios próprios de diagnóstico, como sejam as TAC, a Ressonância Magnética ou o Electromiograma, procede-se à cirurgia e o doente pode ter alta hospitalar 24 horas após a intervenção e, num período de cerca de três semanas, poderá voltar a fazer a sua vida normal. Dependendo do tipo de trabalho, normalmente o paciente retoma a sua vida profissional um mês após a cirurgia.
Em jeito de conselho, o Dr. Martin Lorenzetti deixa o alerta para a importância do exercício físico como forma de prevenir as doenças de coluna: “A caminhada é uma atividade que não tem restrições de idade, habilidade, custos ou tempo. Apenas 30 minutos de caminhada três vezes na semana podem trazer benefícios tanto para a coluna, como para a circulação sanguínea e para o combate à osteoporose. Contudo, se praticada de forma incorreta, pelo contrário, acaba por contribuir para o agravamento da dor nas costas”.
Por isso, não deixe de praticar exercício físico mas aconselhe-se sempre com um especialista antes de iniciar qualquer actividade.

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