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Violência doméstica: Espaço Júlia já apoiou 37 vítimas em 2019
Em três anos e meio, o Espaço Júlia registou mais de 2000 atendimentos de resposta à violência doméstica. Só este ano, já apoiou 37 vítimas.
O ESPAÇO JÚLIA – RIAV (Resposta Integrada de Apoio à Vítima) é o projecto que nasceu de um protocolo tripartido entre a Junta de Freguesia de Santo António, o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública e o Centro Hospitalar Lisboa Central, tendo como missão apoiar e acompanhar as vítimas de violência doméstica, 24 horas por dia, mas também outros casos de vulnerabilidade social.
Assumindo-se como um espaço único no país desde Julho de 2015, o Espaço Júlia dispõe de atendimento especializado, feito por técnicos de apoio à vítima da Junta de Freguesia de Santo António, com formação específica na área da violência doméstica, conjuntamente com agentes da PSP.
Numa nota emitida pela autarquia, é divulgado que só nos primeiros meses de funcionamento, atendeu mais de 200 pessoas, até atingir um total de 2000 vítimas apoiadas. Desde 1 de Janeiro deste ano já registou 37 ocorrências.
“As denúncias são maioritariamente efectuadas por vítimas do sexo feminino, entre os 30 e os 55 anos, mas, ao contrário do que se pensa, sem predominância de classe social ou nível escolaridade, já que são crimes transversais a essas realidades”, informa o comunicado.
No entanto, não são só as mulheres a procurar ajuda: o Espaço Júlia recebeu 75 denúncias de vítimas do sexo masculino em 2018.
O projecto funciona na Rua Luciano Cordeiro, em instalações junto à entrada do Hospital Santo António dos Capuchos, com uma entrada independente que assegura a privacidade, o conforto e a segurança devida às vítimas deste tipo de crime. Chama-se assim em homenagem a Júlia, uma idosa que vivia nesta mesma rua e que no dia 25 de Setembro de 2011, aos 77 anos, num acto de violência doméstica, foi assassinada pelo marido, com quem estava casada há mais de 30 anos.