Reportagem

Janz: 100 anos de actividade – Do sonho de um visionário aos dias de hoje

resized_Janz - foto de família (8)No ano em que comemora um século de existência, a Janz, sediada em Marvila, abriu as suas portas ao EXPRESSO do Oriente, para que ficássemos a conhecer um pouco da sua história.

E essa história começa com um senhor chamado Bruno Janz, que veio para Portugal pela mão do pai, com 3 anos de idade. O pai, de nacionalidade austríaca, tinha sido convidado pelo Governo da época para vir ensinar em Lisboa as disciplinas de desenho, pintura e escultura.

Bruno Janz fica órfão de pai muito cedo, com 16 anos, e precisa de sustentar a mãe, o que faz com que tenha de interromper a vida académica. Depois de alguns trabalhos que até nem lhe correm mal, decide em 1915 tornar-se empresário e fundar uma empresa que fabrica componentes para a indústria eléctrica. Chama-se Electroconstrutora e está sediada na zona de Santos. É o arranque da actividade industrial na família Janz.

resized_Janz - documentos antigos (21)Da Electroconstrutora nasce a Janz & Pettrachi, depois da associação com um cavalheiro italiano com o mesmo nome, que se justifica pela necessidade de capital. A empresa começa a dedicar-se ao fabrico de máquinas e ferramentas furadoras, limadores, tornos… além das peças que já fabricava a Electroconstrutora.

O falecimento do Sr. Pettrachi e as divergências com os herdeiros ditam o fim da sociedade. Mas há males que vêm por bem, como diz o povo, e em 1940, já depois de quase abandonar a indústria e decidir dedicar a sua vida ao ensino, Bruno Janz consegue a aprovação do primeiro contador de água da época moderna no país.

Homem de ideias progressistas, Bruno Janz regista três marcas: “Tagus”, em homenagem ao rio Tejo; “Durium”, em homenagem ao Douro e “Herminius”, em homenagem ao Mondego. O contador de água recebe o nome de Tagus. Os contadores eléctricos seriam os Durium, estando o nome Herminius reservado para um eventual contador de gás. Mas a sorte não lhe sorri e acaba por falecer em 1947, vítima de complicações numa operação a uma hérnia. Pouco viu da evolução do contador que criou.

Põe-se então o primeiro grande problema na vida da empresa: a passagem da primeira para a segunda geração, fenómeno difícil de gerir numa empresa familiar. Dos dois filhos de Bruno Janz, um era médico, o outro engenheiro. É o engenheiro, João António Janz, que assume os destinos da empresa, embora o irmão nunca se tenha alheado dos assuntos.

Na década de 50 e 60 a Janz desenvolve um contador eléctrico, vencendo um concurso internacional lançado pelo governo egípcio e aproveitando o impulso da electrificação do nosso país. E na década de 70, outro acontecimento marca a vida da família Janz: a entrada em funções da terceira geração familiar.


A Janz dos dias de hoje

resized_Janz - foto fábrica antigaHoje, com o advento de um admirável mundo novo, cheio de progressos tecnológicos e vicissitudes do reino económico, a Janz continua de pé, operando em vários sectores, através das várias empresas do Grupo Janz. Mantém o fabrico dos contadores de água e dos contadores eléctricos; fabrica também componentes plásticos de engenharia; presta serviços na área da manutenção dos edifícios, dos recursos humanos, da contabilidade e gestão financeira e informática, comercializa equipamentos na área do urbanismo, do ambiente e gestão de estacionamento… Tudo coisas que o fundador muito dificilmente terá sonhado…

Uma realidade muito vincada na Família Janz é a vertente social. A Associação Ester Janz, que existe desde 1982, e que foi criada para receber os filhos dos funcionários, é apenas a parte mais visível desta preocupação fundamental na filosofia do Grupo. Mas ela não se esgota no trabalho da Associação: o refeitório confecciona refeições gratuitas para os trabalhadores; há ainda o horário flexível, o posto médico (medicina curativa e preventiva), a formação pessoal e extra-profissional, os prémios e incentivos… Tudo isto sem contar com as campanhas de solidariedade pontuais que as empresas Janz desenvolvem para o exterior.

Na sala de reuniões da Janz, os retratos de Bruno Antenore Janz e de João António Janz observam atentos o desenrolar dos acontecimentos. A manter-se a longevidade do negócio, cedo começará a faltar espaço para albergar mais retratos de uma família de insaciáveis empreendedores!

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