Sociedade

“Envelhecimento Activo: Desafios e Respostas”

Vários especialistas reuniram-se na Casa de Castro Daire em Lisboa para uma conversa sobre o envelhecimento activo no passado dia 27 de Novembro.

Para falar sobre “Envelhecimento Ativo: Desafios e Respostas” marcaram presença a jurista Paula Guimarães, o deputado Ricardo Baptista Leite (Comissão Parlamentar de Saúde), José Batalha, presidente da União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Lisboa, e ainda José Brissos, da Rede Associação de Universidades da Terceira Idade.

Além destes oradores, estiveram também na Casa de Castro Daire em Lisboa cerca de trinta instituições, envolvendo a sociedade civil e partidos políticos.

Do profícuo debate nesta noite, a direcção da Casa fez o seguinte resumo para publicação nesta página do EXPRESSO do Oriente:

“Foram abordados temas como o impacto do estatuto do maior acompanhado na promoção do envelhecimento positivo, as suas escolhas e necessidades, a importância e o papel da família e dos amigos, da sociedade em geral e das instituições sociais em particular e do Estado.

Paula Guimarães olhando para as fotografias nas paredes da sala disse que precisamos do linho e da lã para termos bons e bonitos casacos, do oleiro que trabalha cada peça em específico, tal como deve ser específico o programa para cada pessoa jovem há mais tempo, dos cestos que juntam, agregam e entrelaçam, tal como o Estado deveria trabalhar em conjunto com as entidades da economia social e do privado, por fim, que temos de nos colocar nos tamancos dos outros para percebermos quais as melhores medidas a tomar em função das necessidades reais, para dessa forma se prepararem essas medidas de forma assertiva e eficaz.

Ricardo Baptista Leite defendeu que quando o Estado não consegue dar respostas, uma realidade na área da saúde e noutras, então deve o Estado recorrer ao social e ao privado, para que o doente tenha resposta a tempo e não tenha de esperar anos por uma consulta ou cirurgia, ou por uma resposta noutra área qualquer.

Nesta linha estão também os restantes oradores e várias instituições que intervieram nesse sentido. Brissos Lino entende como prioritário aproximar as gerações, desenvolver uma forte ligação das crianças com os mais velhos, e referiu que há uns anos tentou implementar em Setúbal, um programa nas escolas que juntasse crianças e idosos, mas não foi aceite.

Referiu também a importância de as pessoas se prepararem para a reforma no sentido de procurarem alternativas, focos de interesse para se manterem e se sentirem activas e úteis. A sociedade mudou, os avós que antes viviam com os filhos e os netos, vivem agora sozinhos. Perde-se também esta ligação com os netos, cada vez mais distante. Em resultado desta realidade, os mais velhos vão perdendo cada vez mais a importância que devia ser reconhecida e valorizada pelos seus conhecimentos e pela sua experiência.

As instituições têm de se adaptar aos novos desafios da sociedade e da sua mudança, às pessoas é às suas necessidades em concreto. Vivemos cada vez mais, felizmente, mas não tratamos dessa longevidade, referiu José Batalha.

Tendemos a achar que a velhice é só para os outros e que a nossa está demasiado longe. Mas há perguntas que carecem de resposta: quem vai cuidar de nós? Como queremos ser tratados? Por quem? Onde? Quem vai estar ao nosso lado?

Por fim, e em representação do presidente da Assembleia da República, Alberto Machado elogiou a escolha desta temática pela importância, referindo que cada vez vivemos mais tempo, felizmente, e é necessário dar atenção, ouvir e preparar medidas.

As conversas temáticas continuarão a fazer parte do plano de actividades regular da Casa de Castro Daire em Lisboa. Desporto, Cultura, Ambiente, Regionalismo, são alguns dos temas abordados já no próximo ano, onde são todos sempre muito bem-vindos.

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