EducaçãoReportagem

Como é bom saber tocar um instrumento musical!

Estivemos presentes no sarau que encerrou o ano na Escola de Música na SFUCO e conversámos com o maestro Luís Filipe Ferreira sobre um projecto do qual já faz parte há oito anos.

Com muitos pais, familiares e amigos distribuídos pelas cadeiras do auditório da SFUCO – Sociedade Filarmónica União e Capricho Olivalense, poderia haver motivos para que o nervoso miudinho se apoderasse dos jovens intérpretes em palco, mas tal não terá chegado a acontecer, pelo menos que se notasse muito.

Sob a indicação do maestro Luís Ferreira, que também exerceu as funções de mestre-de-cerimónias, explicando ao público o que estávamos a ouvir, os alunos da Escola de Música demonstraram, afinal de contas, o que andaram a aprender ao longo do ano lectivo.

Foi assim que vimos desfilar as flautas de bisel e as flautas transversais, os fagotes, os oboés, os clarinetes, o bombardino e o trompete, sempre merecendo um aplauso convicto da plateia. E isto apenas para nos focarmos nos sopros, porque também houve percussão!

Do programa interpretado pela banda juvenil na tarde da nossa visita, fizeram parte temas variados, como o dos Looney Tunes, do Indiana Jones, o célebre “Let it go” do filme Frozen e até “Don´t stop me now” dos Queen. O repertório é pensado técnica e pedagogicamente, mas procurando também ir ao encontro do gosto dos alunos.

Por vezes, a Escola de Música faz saídas: a última foi uma actuação na Biblioteca David Mourão Ferreira, por ocasião do Dia Mundial da Música.

Aprender música é importante para o desenvolvimento cognitivo

Com cerca 50 alunos e um total de oito professores, já contando com o maestro, a Escola de Música tem como objectivo principal formar músicos para a Banda da SFUCO e existe há 45 anos.

Conforme nos explicam o maestro e o presidente da direcção da colectividade, Joaquim Silva, a Escola está estruturada de modo a permitir várias fases de desenvolvimento dos alunos: iniciação musical, banda juvenil e um estágio de quatro a seis meses que precede a entrada na Banda. Normalmente, o processo demora pelo menos dois a três anos, dependendo do progresso de cada um e do esforço que os alunos estão dispostos a fazer.

Perguntamos a Luís Ferreira o que é que a música traz à educação e à formação das crianças: “É mais um complemento, muito importante, na sua formação. Enquanto crianças, a música deve fazer parte do seu crescimento e do seu desenvolvimento, porque estimula vários aspectos, nomeadamente a concentração, a estruturação das ideias e a capacidade de raciocínio. Tudo isso está interligado e há estudos que comprovam este contributo”.

Por vezes chegam à Escola de Música alunos que já sabem tocar um instrumento, nomeadamente no ensino articulado, mas não tocam em lado nenhum e procuram esse complemento. Também acontece o contrário: alunos que fazem na SFUCO a sua iniciação musical e depois continuam o seu caminho no ensino articulado.

Também estamos interessados em saber se são as crianças a querer ou se poderão ser os pais a lutar por incutir o gosto da música nos filhos… “Há sempre um ou outro que precisa da intervenção dos pais, mas é certo que é preciso gostar para estar aqui. O que eu noto é que o desenvolvimento de laços entre eles cria uma relação afectiva muito forte com a formação musical e eles acabam por gostar muito da SFUCO, de aprender música, de tocar um instrumento”, descreve o maestro.

A Escola de Música recebe crianças a partir dos sete anos, porque se entender que a entrada mais cedo pode entrar em conflito com o objectivo pretendido, de ingresso na Banda. Depois de dois ou três anos a tocar o instrumento, entendem os responsáveis que os jovens começam a ficar prontos para outros voos. Esperamos continuar a ver muitos destes principiantes nos concertos da Banda da SFUCO, nos próximos anos!

Findo o concerto, os alunos despedem-se até 16 de Setembro, altura em que regressam as aulas de música e os ensaios.

Boas férias, não se esqueçam de praticar!

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