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Baixa de Lisboa vai ter menos 40 mil carros

O futuro da Baixa de Lisboa está a chegar: a partir de Junho, o trânsito fica restrito a moradores, lojistas, transportes públicos, carros eléctricos e motociclos. Serão menos 40 mil veículos a circular na Baixa-Chiado.

As novidades foram apresentadas esta sexta-feira, 31 de Janeiro, pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina. Estão em curso mudanças radicais na paisagem desta zona nobre da capital, com o fluxo automóvel a reduzir-se significativamente e as ruas a ganharem mais espaço para passeios e ciclovias.

O acesso aos veículos de moradores, lojistas, transportes públicos, carros eléctricos e motociclos, em vigor entre as 6h30 e as 00h, será garantido através de pórticos equipados com software de reconhecimento de matrículas, instalados em pontos como os Restauradores e o Martim Moniz.

Nem tudo está definido ainda, mas vai ganhando forma a nova realidade: serão menos 40 mil automóveis por dia na zona da Baixa, que o Município associa como equivalente a menos 60 mil toneladas de CO2 por ano. Segundo a CML, a implementação desta Zona de Emissões Reduzidas (ZER) da Avenida Baixa Chiado vai ser apresentada nas juntas de freguesia, associações de moradores e comerciantes e Assembleia Municipal já em Fevereiro, sendo enviada a proposta para consulta pública no mês de Março. Em Maio, serão registados os veículos autorizados e em Junho e Julho começa a primeira fase, com “carácter de informação e sensibilização”. Os acessos passam a ser controlados em Agosto.

Um pequeno resumo das novidades, além da já referida questão de acesso condicionado pelos pórticos: Rua Nova do Almada, Rua Garrett e Largo do Chiado passam a ser exclusivamente pedonais; a Avenida da Liberdade e toda a Baixa perdem estacionamento; vigoram restrições de horários e locais para cargas e descargas em toda a Baixa; o estacionamento à superfície destina-se apenas a residentes e cuidadores. Os táxis têm livre-trânsito, os Uber só se forem eléctricos, os tuk tuk reduzem-se para um limite de cerca de 100 e os autocarros turísticos ficam de fora, com excepção dos oficiais (“hop-on, hop-off”).

O eixo Avenida da Liberdade-Restauradores também muda, com a recuperação da circulação nas vias laterais, a redução de uma via de trânsito no sentido ascendente e a criação de um amplo espaço pedonal a partir da Rua das Pretas até aos Restauradores. Já a Avenida Almirante Reis perde uma faixa de trânsito no sentido descendente e ganha uma ciclovia bi-direccional do Areeiro ao Martim Moniz.

Para colmatar os condicionamentos, a Câmara promete reforçar o transporte público com 20 autocarros por hora, a duplicação da frequência da rede da madrugada da Carris e a implementação de uma nova carreira 100% eléctrica entre o Marquês de Pombal a Praça do Comércio. Também serão criadas vias cicláveis para ligar o eixo central à zona ribeirinha.

As medidas surgem reforçadas no âmbito da “Lisboa Capital Verde Europeia 2020” e têm em vista as metas de descarbonização assumidas pela Câmara de Lisboa: conseguir uma redução de 60% nas emissões de CO2 até 2030 e atingir neutralidade carbónica até 2050.

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