Reportagem

Sociedade Musical 3 d’Agosto de 1885: mais de um século de vida

Em Marvila, há uma colectividade centenária que está de parabéns: a Sociedade Musical 3 d’Agosto de 1885 completou 134 anos!

Custa um pouco imaginar como seriam os tempos em finais do século XIX. Sobre o que conversariam as pessoas que naquela altura se juntaram para fundar uma colectividade que, mais de 130 anos depois, ainda está de pé? Quais seriam os seus sonhos para o clube?

Uma coisa é certa: não ficariam desiludidos se “aterrassem” na Marvila do século XXI, entrassem pelo portão do antigo palacete dos marqueses de Abrantes e deitassem um olho sobre tudo o que ali se faz.

Para assinalar o 134.º aniversário, conversámos com o presidente da direcção, Marco Silva, que nos apresentou em traços largos o actual momento do clube.

Do futsal ao teatro, há mais para além da Marcha de Marvila

“A Sociedade Musical 3 d´Agosto é, neste momento, um os maiores agentes sociais na freguesia de Marvila”, começa por declarar Marco Silva. O universo abrangido pelas diferentes actividades do clube ascende a cerca de 1000 pessoas, contando os que estão envolvidos nas vertentes desportiva e cultural.

A face mais visível da colectividade é a organização da Marcha de Marvila, que tem apresentado sempre desempenhos ambiciosos e que tem merecido o carinho de todos os marvilenses. Não é estranho vê-la a disputar os lugares cimeiros, roubando o destaque aos bairros do centro histórico da cidade.

Ainda no campo das actividades culturais, existe ainda a marcha infantil, um grupo de teatro e a comemoração de variadas datas festivas com uma festa temática (Carnaval, Santos Populares, Halloween, entre outras).

Já no plano desportivo, a Sociedade Musical 3 d’Agosto está focada na modalidade de futsal, com equipas masculinas e femininas, mas também disponibiliza zumba, caminhadas e participa em todas as provas de atletismo na região de Lisboa.

Não menos importante, como afirma o dirigente, “Neste momento somos a entidade responsável pelas actividades rítmicas e expressivas em todas as escolas de Marvila. Cerca de 400 alunos beneficiam deste programa da Câmara Municipal de Lisboa”.

Chegar mais longe

“Quando assumi a direção do clube em 2013, pretendia apenas não deixar fechar as portas do clube, que vivia só para a Marcha naquela altura”, recorda Marco Silva. “Propus-me implantar um projecto para dois anos. Certo é que, até à data, não consegui sair, pela motivação que sinto para superar objectivos e por sentir que a instituição está a crescer e pode chegar mais longe”.

Vemos no responsável um grande orgulho na recuperação da casa, quando afirma: “Sinto uma enorme satisfação em ver que o clube que estava muito perto de fechar portas é hoje uma referência e um exemplo em Marvila”.

Por outro lado, ainda existem vários obstáculos: “As nossas grandes dificuldades prendem-se sobretudo com as instalações, que estão a necessitar urgentemente de uma reabilitação profunda, e com a falta de espaços físicos para dinamizar as nossas actividades”. Neste momento, lembramo-nos que a Marcha de Marvila ensaia sempre em espaços emprestados, não tendo mais que um pátio apertado para treinar as coreografias.

Dirigimos a Marco Silva uma última pergunta: “Se pudesse ver tornar-se realidade um desejo ao soprar as velas dos 134 anos, qual seria?”. O nosso amigo não resiste a expressar dois desejos em vez de um só: “O meu maior desejo era ganhar o concurso das Marchas Populares de Lisboa pela minha Marcha de Marvila… e a reabilitação do nosso edifício”.

Ficamos a torcer por essas duas grandes vitórias, desejando que estejam para breve!

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