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Diário de Bordo 4 – Equipa Vera Barclay

resized_escuteiros beato açores13 resized_escuteiros beato açores14 resized_escuteiros beato açores15 resized_escuteiros beato açores16 resized_escuteiros beato açores17Prosseguimos a aventura com a Equipa Vera Barclay, do Agrupamento de Escuteiros 760 do Beato, que estará até ao dia 7 de Setembro no arquipélago dos Açores.

2 de Setembro

“Primeiro dia de expedições na ilha do Pico

Iniciámos o dia de hoje com a visita ao Museu da Indústria Baleeira (S. Roque do Pico). O edifício do museu, situado na primeira linha do mar, foi outrora a fábrica que se dedicava à transformação dos cetáceos apanhados. Pode-se ver neste museu todas as máquinas e utensílios que se usavam nas décadas de funcionamento da fábrica. Durante a visita, percebemos que nada dos cachalotes era desperdiçado. Os ossos eram usados para fazerem adubos e joalharia amadora, a carne para rações e as gorduras convertidas em óleo. A certa altura da visita tivemos o privilégio de poder pegar num pesado osso de cachalote. Caçado por homens do mar, em pequenos e primitivos barcos a remos de madeira e, munidos também de forma arcaica por arpões foi assim realizada a caça a cetáceos nos Açores durante quase três séculos.

Após a nossa visita ao museu, seguimos para o nosso almoço que se passou no cais do morato, onde existiam umas mesas de piquenique, apesar do vento fomos contemplados por uma vista incrível, aproveitámos assim para guardar o momento nas nossas máquinas fotográficas.

Começámos a nossa tarde com a visita ao Museu Regional do Vinho situado na Vila da Madalena. Demos início a esta visita com a sala onde está exposta a introdução de vinhas na Ilha do Pico, desde a construção dos currais (Murros de lava negra) até à exportação do vinho. O museu contém também o santuário dos dragoeiros, que contém o segundo dragoeiro mais antigo do mundo, com 850 anos.

De seguida, visitamos a segunda parte da exposição que fala de história ao longo dos séculos das vinhas introduzidas na ilha do Pico, com as amostras das 17 castas existentes na ilha. Ainda na mesma sala existem diversas actividades didácticas que tivemos o prazer de realizar. Visitámos também uma adega, já fora de funcionamento, onde eram pisadas uvas para serem postas dentro de barris para a alcoolização do vinho. Em 2004, a UNESCO classificou a Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha da Ilha do Pico como património da Humanidade.

O último museu que visitámos foi o Museu dos Cachalotes e Lulas. Pudemos ver a exposição de Malcom Clarke (biólogo e um dos maiores especialistas em lulas e cachalotes a nível mundial) que escolheu a ilha do Pico para continuar os seus trabalhos de investigação. Abriu um museu na sua garagem em 2003 e, em 2014 foi reaberto na vila de Madalena. Neste museu observámos pequenas lulas preservadas em frascos. Vimos, também, lulas no seu tamanho real, feitas pela mulher de Malcom. Por fim vimos um pequeno filme sobre a biologia destes animais.

Por último visitámos a quinta das rosas, esta localiza se próxima da vila da Madalena. Tem uma área de 3 hectares, e está a uma altitude de cerca de 150 m. Ouve um grande temporal em 1986 que destrui grande parte do património vegetal, mas ainda possui uma grande riqueza de espécies botânicas que são raras.”

3 de Setembro

“Novas descobertas

Hoje iniciámos o nosso dia partindo de S. Caetano (local onde estamos hospedados)  passando na Vila das Ribeiras, na Piedade na ponta Este, S. Roque do Pico na zona Norte, acabando na Madalena onde já tínhamos estado ontem, para almoçar. Tivemos também a oportunidade de ver o Piquinho, ponto mais alto da ilha, pela primeira vez, visto que só hoje o tempo nos deu tréguas.

Depois de almoço fomos visitar a gruta das torres. Esta é uma formação geológica de origem vulcânica que se localiza no conselho da Madalena no pico. Esta formação terá tido origem há 1500 anos. A gruta das torres é o maior tubo lávico de Portugal, o quarto maior da Europa e o décimo oitavo do mundo, este mede 5 150 metros. Este tubo teve origem numa erupção vulcânica que começou no vulcão chamado cabeço bravo.

O Museu Regional dos Baleeiros (Lajes do Pico) está nas ‘Casas dos Botes’ originais utilizadas antigamente pelos baleeiros. O espólio do museu inclui diversas embarcações e instrumentos náuticos para além de uma grande variedade de arte em osso de baleia ou de cachalote, tanto de scrimshaw (gravação) como de escultura.

O último cachalote foi caçado em 1984, tendo as suas técnicas de captura permanecido artesanais durante décadas e em 1989 abriu a primeira empresa de observação de cetáceos. Havia ainda uma sala no primeiro andar do museu dedicada às tecnologias agriculturas na ilha do Pico.

Enquanto visitávamos o museu tivemos oportunidade de ver o filme, The Hunt, 1970, onde nos explicava todo o processo desde o trabalho do vigia, passando pela caça e terminando de como se tratava das baleias após mortas. Foi um filme bastante informativo.

As baleias eram avistadas, de seguida o vigiador lançava um foguete avisando assim os baleeiros, assim sendo estes corriam directos para o mar, em botes rebocados por uma lancha rebocadora que tornava a viagem até as baleias mais rápido, após chegarem perto das mesmas, iniciavam assim a sua caça e quando a baleia estivesse sem vida, espetavam uma bandeira para os rebocadores a avistarem facilmente quando as fossem buscar, levando-as depois directas para as fábricas.”

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