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Primeiro inquérito municipal sobre violência doméstica e de género

O primeiro estudo efectuado na cidade de Lisboa sobre a violência doméstica e de género revela que três em cada 100 mulheres, quando alvo de piropos, sentem-se realmente ofendidas, enquanto 20,1 por cento se sente apenas incomodada e 17 por cento acham graça ou sentem-se mesmo elogiadas… há para todos os gostos. No que diz respeito aos homens, 26,2 por cento gosta de os receber e 11,6 dizem-se incomodados!

Esta é apenas o lado mais suave de um inquérito sobre o tema acima referido, apresentado no dia 25 de Julho na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e coordenado pelo professor Manuel Lisboa. Este estudo foi desenvolvido em parceria com o Observatório Nacional de Violência e Género e revela que são as mulheres quem mais sofre a violência doméstica e sexual, no entanto, a violência física e psicológica prevalece nos homens.

A amostra do inquérito é de 2616 pessoas, sendo 1314 do sexo feminino e 1302 do sexo masculino. São nove as freguesias onde existe um maior número de agressões físicas sobre as mulheres: Santa Maria Maior, Santo António, São Vicente, Avenidas Novas, Benfica, Lumiar, Santa Clara, Olivais e Parque das Nações. Quanto aos homens, em apenas quatro freguesias se destacam como vítimas: Carnide, Alvalade, Parque das Nações e Beato.

Os locais onde decorrem actos de violência contra o sexo masculino são predominantemente os espaços públicos e são maioritariamente agredidos por outros homens, enquanto que as mulheres são mais vezes agredidas em meio privado e sobretudo por ex-companheiros.

Segundo o coordenador do projecto, o facto de 62 por cento das mulheres afirmarem que nada fez em relação às agressões de que foi vítima, é um dado que merece atenção e trabalho futuro e salienta ainda que se confirma que as crises económicas provocam um aumento de violência.

Este inquérito foi efectuado presencialmente, porta-a-porta, nas 24 freguesia de Lisboa, a homens e mulheres residentes no concelho, com mais de 18 anos, tem uma margem de erro de 2 por cento e um nível de confiança a rondar os 95 por cento.

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