Reportagem

Novas exposições no Arquivo Municipal de Lisboa / Fotográfico

“Homem Morto Passou Aqui” de Valter Vinagre, “Aqui Lisboa: anos 80” de José Vieira Mendes e “Paperworks (SEE/SEA)”  da finlandesa Maija Annikki Savolainen, são as três novas exposições que o Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico tem patentes desde dia 30 de Setembro.

Neste dia, o Arquivo Fotográfico esteve aberto das 16h00 às 22h00, permitindo que os visitantes usufruíssem de um período mais alargado, para conhecerem os trabalhos de Valter Vinagre, José Vieira Mendes e Maija Annikki Savolainen.

Homem Morto Passou Aqui é resultado de um trabalho de cerca de cinco anos de Valter Vinagre, realizado em Portugal – território preferencial e recorrente dos seus projectos fotográficos –, como palco dos diversos confrontos ocorridos durante as Invasões Francesas.

Utilizando a paisagem para fazer a reconstituição de um legado histórico perdido na memória colectiva, o autor retrata os vários eventos das Guerras Peninsulares, ocorridos de Norte a Sul do país. Almeida, Bussaco, Chaves, Porto, Amarante, Évora e Olhão, juntamente com as Linhas de Torres Vedras, foram alguns dos locais fotografados ao longo desse tempo e respeitando o calendário dos acontecimentos que fizeram a história das três Invasões.

Neste projecto, que agora se apresenta,  a relação entre o desaparecido e o permanecente é sublinhada pela natureza específica do objecto fotografado: os episódios históricos referenciados pelos locais escolhidos e títulos das obras (sinalizando a data e a hora do registo) que compõem a série, em paisagens desprovidas de presença humana, suspensas no tempo e no enquadramento. Uma opção que dá bem conta do desafio a que Valter Vinagre se propôs: retrato da memória colectiva – ou o que resta dela – diluída numa paisagem geográfica e humana transmutada, convocando (meta-)fisicamente o passado.

A exposição Aqui Lisboa: anos 80 conta com a curadoria de Sofia Castro e revela imagens de Lisboa num registo onde se realçam sobretudo as pessoas, as suas acções e os seus gestos.

José Vieira Mendes, expresso “apaixonado por Lisboa desde sempre”, seleccionou estas imagens de um vasto conjunto realizado entre 1982/83 capturado pela sua primeira câmara fotográfica Reflex 35 mm, que ainda conserva.

Esta mostra fotográfica retoma, de certa forma, o quotidiano e vivências da cidade neste período de tempo, na perspectiva do olhar de quem “… acordava de madrugada e deambulava pela cidade, para fotografar alguns bocados duma Lisboa, que ia resistindo com dolência ao fulgor dos anos 80 e ao impulso das mudanças dessa década fulgurante, logo após a Revolução de Abril.”

Paperworks See/Sea reflecte “uma investigação em progresso cujo tema é a luz. Fotografia rudimentar, a dobra no papel torna-se a linha do horizonte de uma desconhecida e longínqua paisagem marinha. O papel é o meu observatório da luz do sol e uma porta de entrada para um outro mundo.” A exposição de Maija Annikki Savolainen integra a programação da 3.ª edição do Festival Imago Lisboa, que teve também início a 30 de Setembro.

Patentes ao público até 28 de Janeiro de 2022, estas exposições, de entrada livre, poderão ser visitadas de 2.ª a 6.ª feira, entre as 10h00 e as 18h00, na rua da Palma, 246, junto ao Martim Moniz.

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