Cultura

Museu Nacional do Teatro e da Dança inaugura exposição de Francisco Camacho

Inaugura no próximo dia 15 Dezembro, às 18h, no Museu Nacional do Teatro e da Dança, a exposição “Francisco Camacho – 1982/2022 – À volta da dança: rastos e presenças”, uma retrospectiva sobre o percurso de 40 anos deste coreógrafo e bailarino e uma oportunidade de conhecer melhor a história da dança portuguesa, sendo Francisco Camacho um dos protagonistas do movimento da dança contemporânea que teve início no final da década de 80 em Portugal.

A exposição é traçada a partir de uma linha cronológica que vai desde os primeiros passos deste criador até à atualidade. Acompanha esta linha um conjunto de fotografias, programas, postais, cartazes, textos e documentos, evocando diferentes aspetos artísticos e profissionais; assim como alguns objetos de índole diversificada que estabelecem um diálogo entre o seu plano pessoal e público.

Estão também presentes elementos de cenários e figurinos, sinalizando características recorrentes na sua visão artística. Uma seleção de fotografias em escala maior procura evidenciar linhas de força que se podem identificar ao longo das suas diferentes fases de criação. Convivem peças de grupo, duetos e solos, em imagens de corpos que viajam, que se exilam, que se encontram na iminência da catástrofe, que se ocultam, que respiram a sua sexualidade e desafiam categorias de género, que afirmam despudoradamente as marcas do tempo que neles se inscreveram.

A exposição terá um programa de atividades complementares que inclui visitas guiadas com convidados e intervenções artísticas, interagindo com o Festival Cumplicidades do próximo ano, organizado pela EIRA, a estrutura artística que Francisco Camacho dirige.

Biografia de Francisco Camacho

Francisco Camacho é coreógrafo, bailarino, membro fundador e diretor artístico da EIRA.

É reconhecido internacionalmente como um dos protagonistas do movimento da dança contemporânea que teve início no final da década de 80 em Portugal, apresentando-se na Europa, América, África e Ásia, com obras de referência na história da Dança Portuguesa como os espetáculos a solo “O Rei no Exílio” e “Nossa Senhora das Flores” e como as peças de grupo “Dom São Sebastião” e “Gust”. Foi galardoado com o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa na área da Dança (1995 e 1997) e com o Prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian (1994/95), a par de uma Menção Especial do mesmo Prémio (1992/93). Apresentou, ainda, espetáculos cocoreografados com Mónica Lapa, Vera Mantero, Carlota Lagido, Vera Mota e Sílvia Real, assim como cocriações com os encenadores Fernanda Lapa e Miguel Abreu. Realizou intervenções coreográficas para uma obra de Pedro Cabrita Reis no Museu de Arte Contemporânea de Bona e para a exposição de Francis Bacon no Museu de Serralves, a par dos projetos para espaços não-convencionais ‘Performers Anónimos’ e ‘Danças Privadas’. Depois da passagem pelo Ballet Gulbenkian enquanto estagiário (1984/86), dançou com Paula Massano, coreógrafa pioneira da dança contemporânea portuguesa e, posteriormente, com Creach/Koester, Meg Stuart, Alain Platel, Carlota Lagido, Miguel Moreira e Filipa Francisco, entre outros coreógrafos. Destaca a colaboração regular com Meg Stuart, em particular como protagonista de “BLESSED”, contando já mais de cem apresentações. Adicionalmente participou como ator em espetáculos de teatro de Lúcia Sigalho e Tonan Quito. Estudou dança e teatro em Portugal (Companhia Nacional de Bailado e Ballet Gulbenkian) e em Nova Iorque (Merce Cunningham Dance Studio, Movement Research, Susan Klein School e Lee Strasberg Theatre Institute), e teve formação adicional em voz, guionismo e escrita criativa. Ensina regularmente em Portugal e no Estrangeiro.

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