Reportagem

Fomos experimentar uma aula aberta de yoga

No Centro de Yoga Áshrama Olivais, o último dia de Fevereiro foi um dia aberto de experimentação. E nós… quisemos experimentar!

Depois de nos ter caído na caixa de correio o convite, dirigimo-nos até à Rua Cidade de Cabinda, na Freguesia dos Olivais, mal equipados para o que nos esperava e sem saber muito bem como ia ser. Mas a verdade é que não custou nada!

Houve aulas gratuitas ao longo de todo o dia. Na nossa estavam seis pessoas, uma delas pela primeira vez. Depois de combinarmos como proceder à captação de imagem, para não corrermos o risco de fotografar rabos em posições estranhas, começámos por alongar e descontrair, fazendo os exercícios respiratórios. Observando os mais experimentados, que já sabiam ao que iam, fomos reproduzindo os movimentos, dando o nosso melhor para não destoar do conjunto.

Uma hora depois, finda a sessão, que teve direito a uns minutos de meditação e tudo, podemos dizer que compreendemos melhor o fascínio que muitos têm pelo yoga.

No caso de Vítor Rodrigues, o yoga é já uma prática de 20 anos, os últimos 17 como professor. Foi a voz dele que orientou a nossa aula, calma, num tom agradável, que convidou ao nosso relaxamento. Explica ao nosso microfone que o seu percurso levou-o à sede da Confederação Nacional do Yoga, depois a Benfica e finalmente aos Olivais, para criar o Áshrama há cerca de 11 anos.

Filosofia de vida

Vasco Damas pratica há três anos e ficou rendido ao Áshrama Olivais por considerar que o yoga praticado é muito completo: “Para além das questões físicas, também me atraem as questões emocionais e de espiritualidade”. Quanto perguntamos o que o yoga traz à sua vida, Vasco refere a estabilidade, uma maior capacidade de lidar com a dor física, com as suas emoções e efeitos positivos no sistema respiratório e no sistema digestivo. Funcionário público, Vasco também revela vantagens quanto ao relacionamento com os outros, gestão de stress e capacidade de concentração.

Por seu turno, Elisabete Tavares pratica consecutivamente há um ano, embora tenha experimentado lá mais para trás. Actualmente, tem aulas de yoga todos os dias menos à quarta-feira e ao domingo. “Isto é uma filosofia de vida, para atingirmos a suprema consciência. Termos conhecimento de nós

mesmos, percebermos porque é que cá estamos. O yoga é uma jornada interior, é como uma viagem ao nosso interior. Para mim, é algo espectacular, porque o que nós fazemos aqui vai reflectir-se no exterior, na forma como nos relacionamos com os outros e connosco próprios”. Também Elisabete enumera várias vantagens: “Durmo melhor, tenho mais boa disposição e bom humor, mais calma para reagir a situações menos positivas. E depois os ásanas [diferentes posturas do yoga] também nos ajudam a manter a forma física. É só coisas boas!”.

Estes “efeitos secundários” do yoga levam-nos a uma questão central para o Yoga Sámkhya, o yoga total, ou original. Nas palavras do professor Vítor Rodrigues, “O objectivo do Sámkhya é atingir o Samádhi, a suprema consciência, mas a maior parte das pessoas procura o yoga para fazer terapia, porque sofre de insónias, stress, etc. É verdade que o yoga tem esses benefícios, mas não é esse o seu objectivo principal. Muitos vêm, conseguem os objectivos que procuravam, percebem que o yoga é muito mais que isso e acabam por ficar e levá-lo mais longe. Aqui, trabalhamos o ser humano em todas as suas facetas, o ser humano completo”.

Com cerca de 45/50 alunos a frequentar em modalidades desde duas horas por semana a livre-trânsito, porque há quem vá todos os dias, o Áshrama Olivais também tem yoga para crianças, dos 3 aos 12 anos.

É Isabel Dourado a responsável por esta vertente e é ela quem nos resume os efeitos sentidos pelos mais novos: “O yoga ajuda as crianças a compreender as suas emoções, a controlar melhor a interacção com os outros, sejam os colegas, os pais ou os professores. Também as ajuda na respiração, deixa-as mais tranquilas, sobretudo as mais enérgicas”.

Saímos dos Olivais certamente mais relaxados e com uma ou duas dicas para gerir a acumulação de stress através da respiração. Afinal de contas, todos precisamos!

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