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Associação de Defesa do Património revoltada com remoção da calçada portuguesa
A Associação de Defesa do Património de Lisboa manifestou-se contra a intenção do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, de retirar a calçada portuguesa das ruas da cidade, mantendo-a apenas em algumas zonas turísticas.
Para a Presidente da associação, Aline Hall Beuvink, a calçada é uma imagem de marca de Portugal e ao invés de ser removida deveria ser aproveitada como uma mais valia a nível cultural e turístico. Este defende, ainda, que “a profissão de calceteiro, uma das ainda poucas profissões típicas da cidade de Lisboa, deveria ser dignificada e fomentada, de forma a criar trabalho em tempo difíceis”.
Em relação ao mau estado da calçada, Aline defende que essa situação se deve à falta de profissionalismo que se tem verificado na colocação da calçada nos últimos anos, em que a Câmara é uma das culpadas devido à negligência de fiscalização, manutenção e limpeza das mesmas.
A associação informou, através de um comunicado, que “irá encabeçar uma petição para a manutenção da calçada portuguesa em Lisboa”.
Como português e geólogo acho uma vergonha que o Presidente da Câmara decida sozinho, sem consultar a população, sobre um aspeto único da nossa capital. Porque não falou do assunto na campanha eleitoral?
Olá Fernando
Tenho 54 anos, casado, ambos arquitectos e ambos residentes em Portugal, Olhão.
Manifestamos o nosso inteiro apoio e compartimos a vossa indignação e revolta.
Em Olhão igualmente nas pequenas praças do casco histórico vão começar já nesta Segunda-Feira obras de substituição da calçada tradicional e inclusão de estatuetas e mobiliário urbano para “requalificar os espaços”. Claro está, população indignada e revoltada com os ombros descaídos pela impotência de reverter uma decisão individualista de alterar aquilo que a caracteriza e que com a envolvente constituem a entidade singular e secular dum povo e destes locais, mote dos postais ilustrados e de equipas de filmagem estrangeiras que recorrentemente recolhem imagens destes espaços pitorescos, minimalistas, onde se estende a roupa, se repara o barco colorido, se convive, se come e se grelha peixe crepitando nos risos desta gente.
Estamos estupefactos com o nível de insensibilidade e ignorância em pleno sec XXI relativamente ao entendimento daquilo que é um produto senão turístico-económico, pelo menos humano.
Gostariamos de saber se algo de concreto poderá ser feito para inverter esta situação.
Cordiais cumprimentos
Filipe Monteiro e Eleonore Lefebure