Teve lugar esta semana uma sessão pública em plenário com os moradores da Freguesia das Avenidas Novas com o objectivo de discutir o projecto da Câmara de Lisboa para o chamado “eixo central”.
Em causa estão as preocupações dos moradores (que aderiram à sessão em grande número – mais de uma centena de pessoas) em relação a diversos pontos, mas em particular à perda de lugares de estacionamento entre o Marquês de Pombal e o Campo Pequeno.
Presente na sessão, o vereador do Urbanismo da CML, Manuel Salgado, defendeu o projecto que pretende transformar este eixo numa área que privilegia o peão em detrimento do automóvel, com o reforço das condições de mobilidade pedonal e a reconversão dos espaços para serem utilizados pelos munícipes.
Manuel Salgado garantiu que a Câmara procura soluções que compensem a perda de lugares, referindo o número de 300 estacionamentos a menos, e que a proposta em cima da mesa “não é irreversível”, admitindo a possibilidade de se fazerem “os ajustamentos que forem necessários”. A compensação dos lugares de estacionamento pode ser conseguida através de acordos negociados com os proprietários de parques subterrâneos.
O vereador do Urbanismo também anunciou um debate a acontecer no dia 26 de Outubro sobre o mesmo tema, promovido pela Assembleia Municipal.
Recorde-se que o vereador do CDS na CML, João Gonçalves Pereira, tinha apresentado outras contas: a perda de 604 lugares de estacionamento, e não 300. O vereador também referiu a disparidade de preços entre as avenças dos parques subterrâneos e os dísticos de moradores atribuídos pela EMEL.
A discussão durou por mais de três horas, com períodos de aceso debate. Entre os participantes, houve também quem defendesse a não compensação dos lugares de estacionamento, colocando o enfoque na mobilidade suave e no alívio do tráfego automóvel.