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Este ano não há Marchas p’ra ninguém

Este ano não há marchas a descer a Avenida, não há noivos de Santo António nem arraiais ou bailaricos. A autarquia de Lisboa fez um apelo para que não se facilite e não seja posto em causa o esforço dos lisboetas no combate à pandemia e para assegurar que tudo corre pelo melhor, destacou 1000 agentes, entre a Polícia Municipal e a Polícia de Segurança Pública, que estarão nas ruas de Lisboa na noite de Santo António garantindo que as normas se cumprem.

É um Junho diferente de todos os outros de que nos lembramos, por isso, o de 2020 será feito apenas de boas recordações das edições anteriores das Festas de Lisboa. Deixamos aqui o nosso contributo: um pequeno resumo das marchas vencedoras nas últimas cinco edições.

2015

Em 2015, entre as vinte marchas a concurso, Alto do Pina venceu a 83.ª edição, com 241 votos a favor, seguida da marcha de Alfama com 240 pontos e da de Alcântara que arrecadou 221 votos. Alto do Pina venceu ainda o prémio de melhor figurino e melhor desfile na Avenida.

Para além do honroso segundo lugar, Alfama ganhou também a melhor musicalidade, a melhor composição original e a melhor coreografia, nesta última categoria a par com a marcha da Madragoa.

Alcântara conquistou o prémio de melhor cenografia e São Vicente, a melhor letra.

 

 

2016

No ano seguinte, foi Alfama a grande vencedora da noite, com 238 pontos, seguida da Penha de França, com 228 pontos e do Alto do Pina que nesse ano conquistou o terceiro lugar com 225 pontos.

Quanto aos prémios nas diferentes categorias, as três primeiras marchas receberam a distinção de melhor coreografia e melhor musicalidade. A melhor cenografia foi para Alcântara, que arrecadou também o prémio de melhor figurino, partilhado com Alto do Pina e Bairro Alto. A melhor letra foi para a Madragoa. Alfama foi ainda distinguida com os prémios de melhor composição original (“Manjerico”) e melhor desfile na Avenida.

O desfile das Marchas Populares atraiu, como é habitual, largas centenas de pessoas ao recinto montado na Avenida da Liberdade. Nesse ano, depois de desfilarem a Marcha Infantil da Voz do Operário, a Marcha dos Mercados e as convidadas Marcha de Portimão e o dragão chinês da Associação Geral Desportiva de Macau Lo Leong, o público incentivou e aplaudiu entusiasticamente cada uma das 20 marchas concorrentes.

Ainda na edição de 2016, as Marchas Populares comemoraram o 170.º aniversário do nascimento de Rafael Bordalo Pinheiro e o 50.º aniversário da construção da Ponte 25 de Abril.

2017

Chegamos a 2017 e Alfama continua em destaque, voltando a conquistar o primeiro lugar. O bairro Alto alcança o segundo lugar e a Madragoa, o terceiro.

Foi mais uma vez uma noite grandiosa, a noite rainha das Festas de Lisboa! Centenas de milhares de pessoas saíram à rua por toda a cidade e milhares foram os que se deslocaram à Avenida da Liberdade para ver passar a marcha do seu coração.

As marchas em competição eram 20 e mais três “extra” – a marcha infantil da Voz do Operário, a marcha dos Mercados e a da Santa Casa – e outras três convidadas: marchas representativas de Viseu, de Leiria e da Quarteira.

O júri atribuiu 247 pontos à Marcha de Alfama, além dos prémios de melhor figurino e melhor musicalidade. No segundo lugar, o Bairro Alto arrecadou 237 pontos, além do prémio de melhor desfile na Avenida. A fechar o pódio, a Madragoa totalizou 236 pontos e conseguiu a melhor coreografia.

Nas restantes categorias, a melhor cenografia foi para a Marcha de Carnide, a melhor letra para a Bica e a melhor composição original foi para a Bela Flor – Campolide, com “Piratas on the rock”.

Os 16 Casais de Santo António também desfilaram (como acontece todos os anos) e foram muito acarinhados pelo público. Mesmo com a música a “bombar” nas colunas do recinto, eram audíveis os gritos vindos das bancadas: “A noiva é linda!”

Neste ano, 2017, a 85.ª edição das Marchas Populares de Lisboa era subordinada aos temas do Oceano Atlântico como “mar de encontros” e “Passado e Presente – Lisboa, capital ibero-americana de Cultura”.

2018

Junho de 2018: Alfama volta a vencer a grande noite das Marchas Populares e destaca-se por conquistar mais cinco categorias: coreografia, figurino, letra, musicalidade e composição original.

O segundo prémio foi arrecadado pelo Bairro Alto, com 235 pontos, seguido da Madragoa com apenas um ponto de diferença, somando 234.

Alcântara recebe o prémio de melhor cenografia, o prémio de melhor figurino vai também para Bairro Alto e Carnide, Madragoa recebe o prémio de melhor letra e também de melhor desfile na Avenida, este último ainda atribuído ao Bairro Alto.

A edição deste ano, a 86.ª, fica marcada pela ausência da Marcha do Alto do Pina, interrompendo uma presença que durava desde 1932!

Recorde-se que, no concurso de 2017, a Marcha de Santa Engrácia ficou no último lugar, antecedida da de Benfica. Empatadas com os mesmos pontos na 17.ª posição, ficaram as Marchas do Alto do Pina e Belém. No desempate realizado pela EGEAC, por sorteio, a falta de sorte ditou que seria o Alto do Pina a não poder participar.

Pedro Jesus, representante do Ginásio do Alto do Pina, demonstrava na altura o seu descontentamento “A marcha do Alto do Pina é pioneira desde 1932 neste grande evento que são as Festas de Lisboa e as marchas populares, em 2012 representámos o município de Lisboa em Macau e em 2016 igualmente. Somos medalha de Mérito Municipal grau ouro e instituição de interesse público municipal”.

Apesar deste contratempo, no ano seguinte O Alto do Pina chega em força e vence a edição de 2019, destronando Alfama.

2019

Na 87.ª edição das Marchas Populares, o bairro do Alto do Pina foi o que teve mais razões para festejar: não só arrecadou o primeiro lugar, com 216 pontos, como venceu também nas categorias de melhor coreografia, melhor desfile na Avenida da Liberdade e melhor composição original, com “Alto lá com o Alto do Pina”. Mas não foi tudo… conseguiu a melhor letra ex-aequo com a Marcha do Bairro Alto e os melhores figurinos ex-aequo com as Marchas de São Vicente e Alfama.

O pódio ficaria completo com Alfama (207,5 pontos) e a Penha de França (194,5 pontos).

Já nos vencedores por categoria, São Vicente e Carnide partilharam a melhor cenografia e a Mouraria arrecadou a melhor musicalidade.

Além das 20 marchas a concurso, na noite mais longa da cidade de Lisboa desfilaram na Avenida da Liberdade a Marcha Infantil d’A Voz do Operário, a Marcha dos Mercados, a Marcha da Santa Casa e ainda a Marcha de Ribeira de Frades, como convidada. Entre aquelas que dizem adeus e só regressam em 2021, por terem ficado nas últimas posições, contam-se o Parque das Nações (primeira participação), o Beato e Bela Flor – Campolide.

Também se juntaram a esta grande festa os 16 Casais de Santo António, casados de fresco, que dançaram no centro do recinto e se despediram dos lisboetas para gozar a sua lua-de-mel.

Depois da pausa de 2020, um ano que para todos é diferente, esperamos assistir, ao vivo, em 2021, à noite mais esperada pelos lisboetas sob a bênção de Santo António.

 

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