João Duarte desenha moeda da JMJ

A obra é assim descrita pelo artista:

“A moeda é de forma circular, bicolor, de bordo serrilhado, com a representação de quatro elementos principais estilizados: o globo terrestre com os respectivos hemisférios, a cruz peregrina, várias figuras e duas mãos.

Por ser um evento religioso que reúne milhões de cristãos de todo o mundo, promovendo eventos da Igreja Católica para os jovens e com os jovens, idealizei figuras de diversos tamanhos e de vários relevos, uns lisos e outros com uma pequena textura, simbolizando o sentido de multietnicidade, inclusão e universalidade dos jovens na Jornada.

A seguir representei no centro da moeda, em volume, a cruz peregrina, simbolizando todo o amor de Deus e a sua imensa misericórdia, sendo um sinal de fé e de esperança para os jovens presentes. A cruz peregrina foi em 1983 construída a propósito do Ano Santo e confiada ao Papa João Paulo II para que fosse levada por jovens a todo o Mundo.

Depois represento estilizado o globo terrestre em relevo, com as respectivas linhas representando os hemisférios que são dados no campo da moeda.

Em último, represento duas mãos de cada lado do globo, em relevo, a do lado esquerdo com a superfície lisa e a do lado direito com uma textura. Elas simbolizam a presença e a comunhão do Santo Padre neste encontro, para agradecer e caminhar junto dos jovens na fé e na alegria, inspirando-os nas suas vidas.

Obrigatoriamente represento a palavra Portugal, o escudo português, Jornada Mundial da Juventude, Lisboa 2023, assim como a logomarca Casa da Moeda e o meu nome: João Duarte.

Todos estes elementos são rodeados pelas 12 estrelas da bandeira da União Europeia, simbolizando o diálogo, o intercâmbio de valores e a dinâmica da construção europeia.

Na outra face da moeda está gravado um desenho de Levic Luyex, da Real Casa da Bélgica, representando um mapa da União Europeia sobre um fundo de linhas paralelas que ligam às 12 estrelas da bandeira da União Europeia.

O difícil numa moeda é colocar todo o conteúdo do tema numa superfície muito pequena. O artista tem de fazer uma grande síntese do tema a tratar, sempre atento a facilitar a cunhagem. Nesta moeda as letras a partir da mesa não podiam exceder 0.8 mm e os relevos, 1.6 mm. As letras, o valor facial e o escudo nacional tinham de ter superfícies lisas ou arredondadas, evitando arestas vivas.

Se a moeda fosse em ouro teria outras caraterísticas dimensionais. Há normas muito exatas para a cunhagem perfeita de uma moeda. Actualmente, cada vez mais, uma moeda é uma obra de arte.”

Escultor João Duarte