Sociedade
Freguesia do Beato recua até ao tempo da fundação
O Beato fez uma viagem no tempo e voltou aos tempos da fundação, em pleno século XVIII, quando o Largo da Madre de Deus acolheu a Feira Setecentista, nos dias 23, 24 e 25 de Junho.
Depois de ter realizado uma Feira Medieval e uma Feira Seiscentista nos últimos dois anos, a Junta de Freguesia do Beato promoveu a realização de uma Feira Setecentista no Largo da Madre de Deus, recuando até 1756, data da fundação da Freguesia.
Dezenas de milhares de pessoas visitaram o recinto e encontraram tasquinhas, artesanato, vendedores locais, produtos regionais, actividades como tiro com arco, jogos tradicionais, danças medievais e orientais, danças com fogo, falcoaria e recriações históricas.
Um dos pontos altos foi o desfile em parada pelas ruas da Freguesia, seguindo atrás da carruagem real, com o apoio sempre presente do Núcleo de Protecção Civil do Beato e dos Escuteiros.
O presidente Hugo Xambre Pereira explica ao EXPRESSO do Oriente que a ideia começou há três anos “Começámos no século XV, passámos para o século XVII e agora estamos no século XVIII. Sabendo que a Freguesia do Beato foi fundada em 1756, queríamos chegar até esta data com as recriações históricas, as actividades e os espectáculos previstos. Este ano, também é especial o facto de termos uma série de apontamentos históricos sobre os monumentos que já existiam em 1756, como o Palácio dos Marqueses de Olhão, o Paço Real de Enxobregas, o Convento da Madre de Deus ou o Convento do Beato”.
Ainda de acordo com o autarca, “Naquela altura, as pessoas vinham muito passear para a zona do Beato, porque era uma zona agradável, sem cheiro de esgotos e outros problemas que existiam no centro de Lisboa. Havia muitos aguadeiros a vender água, era uma zona de comércio, os criados de senhores nobres faziam compras nas feiras locais, devido à proximidade com palacetes e casas senhoriais… Assim, esta feira é diferente de todas as feiras!”.
Por seu turno, e agora que se chegou à meta, que era a data de fundação da Freguesia, o vogal Silvino Correia revela a intenção de apostar, no futuro, “numa feira medieval do melhor que se faz em Lisboa, insistindo sempre na qualidade, e sempre seguindo uma lógica de parceria e trabalho em rede com as instituições da Freguesia”.
A Câmara Municipal de Lisboa fez-se representar no evento através do vereador Carlos Manuel Castro, que visitou o recinto acompanhado do executivo da Junta.