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Vinha em Marvila

casa santos limaDecorreu no dia 30 de Junho a assinatura de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e uma empresa vinícola que vai permitir a plantação de uma vinha na Freguesia de Marvila.

Esta é uma iniciativa que tinha sido aprovada em reunião de Câmara ainda no mês de Maio, e que prevê a cedência de um terreno com cerca de três hectares para a plantação da vinha, que fica sob responsabilidade da empresa contraente do protocolo: a Casa Santos Lima – Companhia das Vinhas S.A. Será a Casa Santos Lima a realizar todas as obras necessárias, incluindo a construção de uma casa de apoio e colocação de uma cerca. Ficou ainda acordada a disponibilização anual, gratuita, de 600 garrafas de vinho ao Município e de 100 garrafas à Junta de Freguesia local.

resized_Terreno onde vai ficar a nova vinha de MarvilaCâmara de Lisboa enuncia as vantagens

O vereador José Sá Fernandes, responsável pelo pelouro da Estrutura Verde, refere que o terreno em causa está “desqualificado”, “sem qualquer possibilidade de construção”, e que esta solução permite-lhe “ficar bonito e arranjado durante os próximos 20 anos”. Acrescenta ainda que a nova vinha de Marvila vai “promover os vinhos e vai ser didáctica para se saber o que é uma vinha e como se produz vinho”.
A plantação da vinha em questão surge no seguimento da substituição da designação “Vinho Regional Estremadura” pela indicação geográfica “Lisboa”, por parte do Ministério da Agricultura, agregando todos os vinhos produzidos e certificados na região. Trata-se de uma opção por uma designação com maior notoriedade, que procura promover a tradição vinícola da região de Lisboa sobretudo nos mercados externos.

Vem ainda garantir uma “maior sustentabilidade ambiental dos espaços na cidade de Lisboa”, conforme se pode ler no projecto, sustentabilidade essa que surge “aliada a um menor custo de construção e, sobretudo, de manutenção, em comparação com espaços verdes convencionais”.

vinhoCasa Santos Lima realça “forte tradição vitícola lisboeta”

Sediada em Alenquer, a Casa Santos Lima assume-se como “a maior empresa da região”: “a maioria dos vinhos da região é proveniente da nossa Casa, destinada à exportação”, explica José Luís Oliveira da Silva, Presidente do Conselho de Administração da empresa, em declarações ao EXPRESSO do Oriente. “Lisboa tem uma forte tradição vitícola, embora se tenha vindo a reduzir ao longo dos anos, ao ponto de quase desaparecer a vinha no perímetro da cidade”.

“Achámos que fazia todo o sentido aproveitar o terreno da Freguesia de Marvila, que era um desafio a que queríamos responder positivamente”, acrescenta. Os trabalhos de exploração do terreno deverão ter início ainda durante o Verão.

A obra contribuirá para o “embelezamento da cidade, numa zona que não estava arranjada”, continua José Luís Oliveira da Silva. “Será um factor de atracção de estudantes, de turistas e da população em geral”, remata.

Junta de Freguesia de Marvila satisfeita

Belarmino Silva, Presidente da Junta de Freguesia de Marvila, revela ao EXPRESSO do Oriente a sua satisfação com o projecto vitivinícola: “é um terreno que está às moscas, que está sem aproveitamento há anos e portanto é um projecto muito bem-vindo”. Não deixando de lamentar alguma confusão veiculada pela comunicação social, trocando a Freguesia de Marvila pela Freguesia de Olivais, o autarca reage dizendo apenas que “é normal”.

Belarmino Silva espera que o projecto esteja concluído “ainda antes do final deste ano”, “embora o retorno só possa ser esperado num período entre dois e três anos, porque depende de factores como tempo, o calibre da vinha, etc.”.

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