Reportagem

Daniel Lima, a cumprir o segundo mandato à frente dos destinos da Junta de Freguesia de Moscavide, tem projectos que quer concretizar neste mandato e dos quais não vai abdicar.

– Estando a cumprir o segundo mandato, qual o balanço que faz do anterior?
– Faço um balanço muito positivo. Tentámos sempre fazer o nosso melhor em prol da população, por isso neste segundo mandato reforçámos a maioria absoluta conquistada anteriormente. Destaco dois importantes equipamentos que colocámos a funcionar e que são de extrema importância para a nossa população. Um infantário com capacidade para cem crianças e um centro comunitário, onde funciona o centro de dia, da Associação de Reformados e Idosos de Moscavide. O jardim-de-infância existe desde 1980, mas o anterior executivo deu uma nova dinâmica àquele espaço. Temos cem crianças e uma lista de espera de cerca de 150. O horário é alargado, das 7.30 às 19 horas e é um infantário muito importante para os pais da freguesia que deixam ali os seus filhos e vão trabalhar descansados. Aquele é um dos melhores infantários do concelho de Loures. No centro comunitário criámos um posto médico, oferecemos o serviço de uma psicóloga e temos uma pedicure para tratar dos pés dos nossos idosos. Pusemos a funcionar uma lavandaria comunitária, temos um refeitório onde fornecemos refeições aos idosos e à Santa Casa da Misericórdia de Moscavide que presta apoio domiciliário na área da nossa freguesia. Em breve, vai funcionar também no centro comunitário um centro de fisioterapia. Este espaço estará também aberto à população do Prior Velho, através de uma parceria que vamos estabelecer com a Junta de Freguesia. Temos outro projecto muito importante para a nossa população que é a oficina do idoso. Damos apoio na casa dos idosos em pequenas reparações e tem sido uma mais-valia para os nossos habitantes, principalmente aqueles que têm pouca mobilidade.

– Quais as prioridades para a freguesia?
– A minha prioridade hoje é a mesma de há quatro anos. É um problema que ainda não consegui resolver, porque não está nas mãos da Junta de Freguesia. A Vila Valente, à entrada de Moscavide, está degradada, não oferece condições às pessoas que ali moram. A maioria das casas está a ruir. Em conjunto com a Câmara de Loures estamos a tentar elaborar um projecto para aquela zona, com a certeza de que vai tudo abaixo para ser feito de novo. As pessoas serão realojadas temporariamente, enquanto decorrem as obras. Moram lá cerca de 60 pessoas que neste momento vivem em muito más condições. Outro projecto que gostaria de concretizar é aumentar o estacionamento. Este é um grande problema na nossa freguesia que tem solução. Ao lado do mercado podia ser feito um estacionamento subterrâneo. Já reivindicámos esta obra à Câmara, mas as condições financeiras da autarquia ainda não permitiram a sua concretização. Este parque não iria resolver totalmente o problema, mas seria uma grande ajuda. No entanto, esta situação poderia ficar totalmente resolvida com a construção de outro parque de estacionamento na antiga fábrica de munições, que actualmente se encontra desactivada. No entanto, para além do parque de estacionamento, existem outros projectos para aquele espaço com os quais eu não simpatizo.

– Quais são esses projectos?
– Existe um projecto para implementar naquele espaço zonas comerciais e eu não concordo muito. Zonas comerciais não nos faltam na freguesia e se construírem mais espaços do género podem prejudicar o comércio existente. Vamos fazer todos os possíveis para que aquela infra-estrutura ofereça outro tipo de serviços, como escritórios, criando assim postos de trabalho. Outro desejo era que fosse construído naquele espaço um gimnodesportivo em condições e um centro de saúde. O pavilhão gimnodesportivo que existe na freguesia é o do Atlético de Moscavide que não tem condições nenhumas. Esta é a única colectividade no concelho que tem a prática do basquetebol e os atletas precisam de condições para alcançar bons resultados. Espaço não falta naquele recinto, no entanto, tem de haver boa vontade para concretizar estes projectos. O actual centro de saúde é precário. Obriga a que as pessoas subam ao segundo e terceiro andar pelas escadas, porque o elevador não funciona. Estamos a fazer todos os possíveis, junto do Ministério da Saúde, para que o elevador seja substituído. No entanto, a solução ideal é uma nova unidade de saúde e vamos lutar pela sua construção.

– Para a juventude, o que é que a freguesia tem para oferecer?
– Temos um centro cultural, onde anteriormente funcionava o cinema de Moscavide. No anterior mandato conseguimos que a Câmara comprasse aquele espaço que era privado e a Junta assumiu os custos da obra. Todo o dinheiro que tínhamos foi para a concretização daquela obra, mas valeu a pena. Hoje temos um centro cultural digno, onde funciona um espaço jovem, das 10 às 20 horas, com computadores ligados à internet e uma biblioteca. O auditório tem capacidade para cerca de 260 pessoas com uma programação cultural, onde passamos filmes, exibimos peças de teatro e tentamos corresponder às expectativas dos nossos jovens.

– Quais as maiores dificuldades sentidas para gerir esta autarquia?
– A maior dificuldade é a falta de dinheiro. Queremos fazer sempre mais e melhor e às vezes estamos limitados. Praticamente tudo o que temos feito tem custo zero para a população. É a Junta que abarca todas as despesas e começa a ser muito complicado suportar tanta despesa. Fazemos uma ginástica financeira muito grande.

– O que pensa do EXPRESSO do Oriente?
– Tudo o que seja um veículo de informação é sempre bem-vindo. Desde que seja um órgão de informação que trabalhe em prol das pessoas, com isenção, seriedade e rigor sou sempre defensor do seu aparecimento. O Expresso do Oriente parece-me um jornal que informa com estas características, por isso as freguesias que abrange só têm a ganhar.

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