Reportagem

“Cenas de Lisboa” em exposição no Estoril

Está patente na Galeria de Arte do Casino Estoril a exposição “Cenas de Lisboa”, da autoria do artista brasileiro Maramgoní. Com entrada livre, a não perder, até 31 de Janeiro.

O artista plástico Maramgoní, passeia por Lisboa com olhar apurado e mestria, na sua primeira exposição individual na capital. Com mais de 30 anos de carreira, o artista expressa uma visão urbana e ao mesmo tempo vigorosa de Lisboa, através de 24 trabalhos, onde retrata alguns dos bairros mais emblemáticos, como Alfama ou o Bairro Alto, a Baixa Pombalina, o Castelo de São Jorge, o Tejo e algumas cenas do quotidiano alfacinha. Na busca de uma nova leitura artística, baseada em novas questões estéticas que se refletem num desenho primoroso, o artista revela-nos um vasto conhecimento pictórico e procedimento fundamentado numa arquitetura filosófica.

Artista por natureza

Maramgoní nasceu em São Paulo, em 1972, interessando-se desde a infância por desenho e demonstrando grande habilidade com formas e proporções. Com apenas 10 anos de idade, traça as diretrizes de seu destino artístico: a pintura. Após alguns anos como autodidata, em 1987, abre seu próprio atelier, onde também lecionou. Em 2005, aprofunda-se na arte contemporânea. Indiferente aos modismos, sua obra mantém-se autêntica e suas técnicas e cores revelam seu genuíno dom e amor pela arte. Em Setembro de 2018, Maramgoní mudou-se para Lagos, Portugal.

Numa breve entrevista, Maramgoni analisou diferentes temas como, por exemplo, a evolução do seu percurso artístico, a exposição “Cenas de Lisboa” que está patente na Galeria de Arte do Casino Estoril e o que o fez deixar, há pouco mais de dois anos, o Brasil para residir em Portugal

Quem é Maramgoní?

Sou paulistano, nasci no Brasil, na cidade de São Paulo, em 1972. Tenho mais de 30 anos de carreira nas artes, sou disléxico e posso dizer que a arte me define, nossa relação é visceral.

Como foi o início do seu percurso no universo das artes plásticas?

Desenho e pinto desde que me conheço. Os meus pais foram os meus maiores incentivadores. Sou disléxico e a aprendizagem na escola para mim sempre foi um assombro, a arte foi fundamental e libertadora, posso dizer que ela me salvou. Comecei por pintar as paredes do meu quarto, aos 9 já pintava telas e as 15 já tinha meu próprio atelier, onde pintava e dava aulas. Eu já nasci artista.

Quais os artista que o influenciaram?

A Minha base é 1000% académica, sou autodidata, e tudo que aprendi, foi estudando os conceitos e técnicas dos cânones do academicismo, Da Vinci, Rembrandt, Caravaggio, Renoir, Michelangelo, Bosch, Rubens, Bruegel, Klimt, pintei a óleo por muitos e muitos anos, até que, por volta de 2007, me dediquei a estudar, também de maneira autodidata, as possibilidades de como usar as técnicas e os materiais contemporâneos mesclando com o que eu conhecia do academicismo. E hoje, utilizo, praticamente, só tinta acrílica.

O que o traz a Portugal?

Mudei-me para Portugal com a minha família há dois anos e pouco, com a intenção de criar meu filho Matteo, que na ocasião tinha 3 anos, num lugar “sem violência” e aproveitar para expandir os meus horizontes artisticamente falando, estávamos aqui há 5 meses e confinámos por causa da Pandemia de Covid-19. Foi uma loucura. Quanto isso aconteceu, eu já tinha iniciado a preparação desta exposição com o Pedro Lima Carvalho, Diretor da Galeria de Arte do Casino Estoril. Com o confinamento tivemos que adiar, o que no final, acabou sendo muito propício para a criação desta mostra e rendeu estas obras muito especiais sobre Lisboa, que chamo amorosamente de “Minha Linda”, todas produzidas durante o confinamento. Espero que gostem, dediquei-me bastante para retratar todo esplendor de Lisboa.

Porquê “Cenas de Lisboa”?

Pensei em cenas pois é uma palavra muito usada pelos portugueses para descrever os acontecimentos do dia-a-dia, além de ter a ver com cenas de um filme, um momento ou um lugar imortalizado. Procurei imagens que de alguma forma contassem um pouco do que acontece em diferentes lugares da cidade. Procurei um olhar único para cada momento.

O que diria ao público?

Quero convidar todos para visitarem minha primeira exposição individual em Lisboa, que estará patente, até 31 de Janeiro, na Galeria de Arte do Casino Estoril, e dizer que será um prazer recebê-los para compartilhar convosco a minha arte, que criei de maneira tão especial para todos vocês. Muito obrigado!

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