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Munícipes pedem segurança pedonal, transportes e melhor espaço público

Na reunião descentralizada que a Câmara de Lisboa promoveu na Escola Nuno Gonçalves, os munícipes da Penha de França e São Vicente abordaram sobretudo temas relacionados com a mobilidade, a higiene urbana e o espaço público.

Em mais uma reunião descentralizada de Câmara em que o ponto único da ordem de trabalhos era ouvir os munícipes, ouviu-se falar muito nos problemas de mobilidade, em todas as suas vertentes, das duas freguesias: a falta de estacionamento e os projectos de silos automóveis previstos, a necessidade de reforço da rede de transportes públicos, a eternização da estação de Metro de Arroios encerrada e a insegurança nos atravessamentos perto das escolas, nomeadamente a Patrício Prazeres e a Rosa Lobato de Faria, com registo de vítimas mortais nos últimos meses.

Os fregueses ficaram a saber, pelo vereador Miguel Gaspar, que a obra do Metro de Arroios (encerrada desde o Verão de 2017), adjudicada a um novo empreiteiro a 8 de Novembro, espera neste momento visto prévio do Tribunal de Contas, está orçada em 6,6 milhões de euros e tem um prazo de conclusão de 18 meses.

O vereador, talvez o mais solicitado para respostas entre o executivo municipal, esclareceu ainda que vão surgir três novos parques de estacionamento na freguesia da Penha de França: 165 lugares na Av. Mouzinho de Albuquerque, 140 lugares na Rua António Gonçalves (ambos à superfície) e um parque subterrâneo com mais de 200 lugares com a reformulação da Praça Paiva Couceiro, que vai ver alargado o seu espaço pedonal e demolido o edifício das antigas instalações da Junta de Freguesia de São João. O autarca expressou o desejo de ver avançar esta obra em simultâneo com a requalificação da Rua Morais Soares, que por sua vez tem como prioridade o trânsito pedonal e o acesso ao comércio local.

Piscinas reabrem no Outono de 2020

Um tema caro aos fregueses é a reabertura das Piscinas da Penha de França. Neste caso, foi o vereador Carlos Castro a lembrar que o contrato foi rescindido no Verão, altura em que foi feito um diagnóstico dos trabalhos realizados entre 2013 e 2019. Já foram feitos ensaios no tanque da piscina e foram iniciados projectos que deverão estar concluídos até ao final do ano, segundo acrescentou a responsável pela DMC – Direcção de Manutenção e Conservação, a pedido do presidente Fernando Medina. O lançamento do concurso acontece até ao final do ano e a abertura é apontada para o segundo semestre de 2020 (Setembro/Outubro). Os custos ainda não estão “fechados”, mas não deverão exceder o meio milhão de euros, segundo a mesma engenheira.

A piscina ficará então “pronta a utilizar” e será gerida pela Junta de Freguesia da Penha de França, e não por nenhum clube como chegou a estar previsto antes da rescisão de contrato, devido a incumprimentos na execução da empreitada por parte do Estrelas de S. João de Brito. Tal informação foi prestada por Fernando Medina em resposta a uma questão colocada pelo vereador do PSD João Pedro Costa.

Entre os outros temas trazidos ao debate, os munícipes queixaram-se das falhas na recolha de lixo em vários pontos, da falta de alternativas de transporte público e voltaram a lembrar o executivo das altas velocidades praticadas por automóveis e motociclos na Av. Marechal Francisco da Costa Gomes, onde não existe nenhuma passadeira a não ser nos extremos e onde se registam acidentes e despistes com frequência. A Câmara vai estudar a hipótese de instalar radares de controlo de velocidade na artéria.

Vários munícipes chamaram a atenção para o problema do Largo da Igreja da Penha de França, permanentemente ocupado por viaturas, quase na sua exclusividade da PSP, e com uma árvore a apresentar risco aparente de queda, e quiseram também saber sobre o projecto para o Vale de Santo António. Ali, Medina renovou a promessa da construção de edifícios semelhantes ao que lá estão (e não as torres que chegaram a estar projectadas), que permitam a urbanização do morro, inserida num parque urbano, para habitação de arrendamento a custos controlados para jovens e classes médias. Já na Parada do Alto de São João, a obra avança no segundo semestre de 2020, um calendário mais específico que o do plano para a Calçada das Lajes e o Forte de Santa Apolónia: segundo o vereador Ricardo Veludo, está a ser reformulado e a proposta final só estará concluída no primeiro trimestre de 2020.

Autarcas locais também usam da palavra

Sofia Oliveira Dias, presidente da Junta de Freguesia da Penha de França, não se furtou ao tema da piscina: “Temos de pôr a funcionar a Piscina da Penha de França, é inexplicável que tenha demorado tanto tempo”. A autarca congratulou-se pelos avanços anunciados na requalificação do espaço público e no processo de entrada da EMEL na Freguesia: “A nossa experiência tem sido positiva na melhoria da vida dos residentes”. A carreira de bairro é, também, “um marco, uma promessa cumprida em relação à reunião descentralizada do ano passado. Continuamos a depositar muita esperança no projecto do Vale de Santo António, muito bom para a cidade e para a Freguesia. Vai trazer uma mancha verde, além de nova população”, concluiu Sofia Dias.

Por seu turno, a vogal da Junta de Freguesia de São Vicente Rita Tavares de Moura questionou qual o estado de desenvolvimento do projecto para o espaço multifuncional da Rua Washington (com valência de centro de dia e creche), e também quis saber “Para quando a requalificação dos espaços exteriores da Escola Rosa Lobato de Faria, pendente deste 2013” e o que tenciona a Câmara fazer quanto ao problema de instabilidade do talude da Rua de Entre Muros do Mirante.

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