“Suecada” no Ateneu da Madre de Deus

Os Jogos da Freguesia do Beato seguem de vento em popa… As damas e a sueca foram as primeiras modalidades a entrar em acção.

Entramos no salão do Ateneu da Madre de Deus para encontrar mais de 50 pessoas concentradíssimas num dos jogos de cartas mais populares de sempre, a sueca. Estavam inscritos 32 pares, num total de 64 pessoas, portanto falta chegar pouca gente e a casa já está cheia…

A gíria que vamos ouvindo é típica: “faltou-me um trunfo…”, “estou sempre seco”, “atenção a essas renúncias!”, “ganharam por pouco”… Tudo isto é pouco grave, comparando com a pior expressão de todas: “já fomos”! É que aí já não há nada a fazer…

Ilídio Sousa é um dos jogadores com quem falamos. Vem do Clube de Pétanca da Madre de Deus e nem hesita quando lhe perguntamos se gosta dos Jogos da Freguesia: “Nunca deviam ter acabado, porque fazem muita falta! Junta os beatenses em convívio uns com os outros”. Ainda não foi a jogo porque os adversários ainda não apareceram, mas vai-se entretendo a ver o jogo dos outros. “Jogo sueca há muitos anos, cheguei a representar o Beato nos Jogos da Cidade, pelos Onze Unidos”, conta com orgulho. “Fui duas vezes campeão da cidade de Lisboa e uma vez perdi na final”.

Amílcar Mota, que representa duas colectividades associadas à Junta de Freguesia na organização dos Jogos, os Onze Unidos e a Pétanca da Madre de Deus, concorda com Ilídio: “Agarrámos a oportunidade com agrado, isto é óptimo para revitalizar o movimento associativo. As colectividades têm pouca actividade e os Jogos são bons para fazer reviver a tradição do associativismo e proporcionar um bom convívio entre todos”.

Silvino Correia representa o presidente Hugo Xambre Pereira no acompanhamento dos Jogos. Confessa ao EXPRESSO do Oriente: “Está a correr muito bem. Havia uma grande expectativa relativamente à adesão da população da Freguesia. Devido ao interregno que houve, corríamos o risco de não conseguir mobilizar as pessoas. O dia de hoje é simbólico do que está a acontecer, temos tidos níveis de participação bastante positivos”.

Um dos motes desejados para a competição era que fosse “inclusiva”: “Queríamos que todos pudessem participar e se sentissem envolvidos, independentemente de serem bons ou menos bons nas diferentes modalidades. A nossa Freguesia tem uma dispersão geográfica que torna difícil o convívio entre a parte mais alta da Freguesia, nomeadamente da zona da Picheleira, e a parte mais baixa, a maior parte do nosso território. No entanto, já é possível afirmar que os Jogos estão a contribuir para esbater essa distância e acreditamos que quando decorrerem as modalidades que estão marcadas para o Vitória Clube de Lisboa vai acontecer o mesmo”, aponta o vogal.