EducaçãoReportagem

“Uma noite na minha escola”

resized_Olivais - Uma noite na minha escola (23) Mais de 450 crianças das escolas dos Olivais tiveram a oportunidade de passar uma noite na sua escola, em véspera de feriado.

Mas que excitação! Não é todos os dias que podemos transformar a escola de todos os dias num local de brincadeiras nocturnas…

Esta foi a quarta edição da iniciativa “Uma noite na minha escola”, promovida pela Junta de Freguesia dos Olivais no âmbito das actividades da CAF – Componente de Apoio à Família.

resized_Olivais - Uma noite na minha escola (31)Visitámos três das sete escolas em que um total de mais de 450 crianças pernoitou e usufruiu de um programa de actividades muito divertidas: discoteca, cinema ao ar livre, guerra de almofadas, caça aos gambozinos, caça ao tesouro, um conto ao luar…

Na primeira escola visitada, a Escola n.º 36, não falamos com ninguém, para não interromper a sessão de cinema ao ar livre. Seguimos para a Escola Adriano Correia de Oliveira, onde encontramos uma discoteca onde não se paga para entrar.

Discotecas e histórias assustadoras

Gustavo Dias, 9 anos, elege a sua actividade favorita, apesar de ainda ser cedo para atribuir logo esse prémio: “O que gostei mais até agora foi da Caça ao Tesouro. O João, que é o nosso monitor, escondeu o que nós tínhamos de encontrar e contou-nos uma história assustadora. Nós conseguimos encontrar tudo!”. Esse tesouro eram doces que, claro está, foram todos comidos!

Carolina Santos, também com 9 anos, gostou mais da luta de almofadas “porque é uma coisa que não estou habituada todos os dias, ainda por cima na escola!”. E Matilde Monge adorou a discoteca. “Dançámos, brincámos, saltámos… tudo com música e aquelas luzes às cores!”, resume.

É a segunda vez que estes três amigos participam, portanto sabem que “ainda vêm mais coisas até amanhã”. Matilde gosta de poder dizer aos colegas “hoje não vou para casa, fico na escola a dormir”, e Carolina acha que “é fixe podermos dormir com os nossos amigos, uma coisa que não podemos fazer normalmente. É como se tivéssemos muitos irmãos…”. Só há um senão: “há muitos que ressonam!”.

O Gustavo é que não se conteve perante o jornalista e descaiu-se com uma informação vital: estão a preparar partidas para fazer às raparigas.

Gambozinos ou rebuçados?

Já na Escola Arco Íris, falamos com Tiago Felismino, 10 anos. Além da discoteca, que lhe encheu as medidas, conta-nos o que se faz na resized_Olivais - Uma noite na minha escola (43)caça aos gambozinos. “Andámos à volta da escola com as lanternas a apontar para o chão, à procura de rebuçados. Os gambozinos para nós são rebuçados”. Simples! Como é escuteiro, já está habituado a acantonamentos e diz que os pais não estranharam quando lhes pediu autorização para dormir na escola.

resized_Olivais - Uma noite na minha escola (51)Marta Saraiva, 10 anos, gostou muito da história assustadora: “foi muito fixe!”. Perguntamos-lhe se foi uma das meninas que guinchou na parte do susto, ao que responde: “Mais ou menos. Não fui a pior!”. A avaliar pela voz que já lhe vai faltando, vai chegar ao fim completamente rouca. “Estou a divertir-me muito, é a segunda vez e já tinha saudades!”, completa.

Anabela Silva, vogal da Educação da Junta de Freguesia dos Olivais, confessa ao nosso Jornal: “Gosto particularmente deste projecto. Começámos em cinco escolas, que eram as que estavam inseridas no âmbito da CAF, agora estamos em sete escolas. Inicialmente eram 190 miúdos, agora já ultrapassámos os 450, portanto é uma prova de que é um sucesso”.

A vogal revela que “O dia começa logo diferente porque muitos deles trazem a trouxa de manhã, com saco-cama e tudo, visto que já não vão a casa no fim das aulas”. Quando terminam as aulas, as crianças “sentem logo uma excitação muito grande, é um alvoroço enorme. Este ano temos uma história muito gira: um aluno da Escola Paulino Montez fez questão de ir a casa, tomar banho, vestir uma camisa e gravata, porque vinha para uma festa muito importante!”.

A pior parte é mesmo a da despedida, que se segue às actividades matinais do segundo dia. “O primeiro pai que aparece tem azar, porque como ainda lá estão os outros todos, ninguém quer ir embora”, diz com um sorriso Anabela Silva.

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