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Motards com sede nos Olivais

Há 20 anos, a freguesia de Santa Maria dos Olivais acolhia um grupo de amigos com algo em comum: o gosto de andar de moda. O Moto Clube Lisboa é hoje uma referência para os motards da cidade que encontram neste clube um espaço de convívio.

Com cerca de 139 sócios o Moto Clube de Lisboa quer continuar a crescer e para isso dinamiza, ao longo do ano, diversas iniciativas de convívio. Para Luís Barbosa, presidente do Moto Clube Lisboa, um dos pontos altos é a noite de fados: “O objectivo é manter viva a tradição de Lisboa.
Recriamos as casas de fado de Alfama, convidamos fadistas, confecciona-se a gastronomia típica destas noite e tem sido um verdadeiro sucesso”. A par das iniciativas que organizam, juntam-se a outras dinamizadas por outros clubes, como a concentração de Faro, de Góis, entre outras.
No futuro, o Moto Clube quer organizar um grande evento que “envolva motociclistas de outras cidades. Uma grande concentração de motas em Lisboa pode ser a proposta. Estamos ainda a desenvolver a ideia”. Andar de moto é o que une os sócios. A liberdade que sentem em duas rodas não é comparável à sensação de “andar enlatado”. Luís Barbosa, explica porquê: “Ao andarmos de mota temos um contacto diferente com a natureza. Sente-se o vento, temos outra percepção do espaço que nos rodeia. É uma sensação de liberdade”.

A admiração por este transporte vem de família: “Desde miúdo que ando com o meu pai e agora com 32 anos já não passo sem a minha mota”. Apesar dos perigos na estrada, a mota é o meio de transporte ideal para a cidade. O trânsito deixa de ser um problema, a falta de estacionamento também, para não falar dos parquímetros que passam a ser apenas para alguns. Elisínio Veiga é um dos muitos apaixonados por este veículo de duas rodas. Anda de mota sempre que pode e a sensação não podia ser melhor: “Liberdade, liberdade. É muito bom!”
A protecção é a regra base. “O investimento pode custar um pouco, mas vale a pena. Pode ser a diferença entre nos ferirmos a sério ou não. Dos acidentes que tive não me feri gravemente devido à roupa que tinha”. Hoje, andar de moto não é só para homens. As mulheres estão a utilizar as motas cada vez mais como meio de transporte. Susana Silveiro tirou a carta de mota há cerca de sete anos. Sempre gostou de motas e garante que as duas rodas têm um encanto especial. “Aprendi a andar de mota na terra com um primo.
Andava por ali e pouco mais. Mas quando tirei a carta de carro, decidi tirar logo a de mota, apesar de não ter uma”. Susana não consegue expressar o que a fascina nos veículos de duas rodas: “Dá-me uma sensação de liberdade. Não consigo descrever. Sinto- me bem”. Satisfaz o gostinho quando conduz a mota do marido, mas nem sempre é possível, “porque o meu marido não gosta de andar à pendura”.

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