Reportagem

LisbonWeek’22 em Marvila

No ano em que celebra o seu 10.º aniversário, a Lisbonweek irá centrar as atenções no Bairro de Marvila. Durante todos os fins-de-semana de Maio, Marvila será palco de uma intensa programação cultural e turística, com exposições, visitas guiadas, conferências, e muito mais.

Neste contexto, a Lisbonweek e o Prata Riverside Village – parceiro oficial da LW’22, convocam os jovens artistas (até 35 anos) para quatro Residências simultâneas em Marvila que têm como objectivo chamar a atenção para o património histórico e contemporâneo, físico e humano deste bairro.

Foto: Inês Costa

O “Trabalho” será o tema de reflexão da próxima edição da Lisbonweek, sob a curadoria de Filipa Oliveira. Nos últimos anos, a ideia e as práticas de trabalho foram radicalmente questionadas e alteradas, e para as quais o confinamento foi, sem dúvida, um acelerador. Tomando como ponto de partida a história específica e incrivelmente rica de Marvila – e em particular a importância que teve a industrialização do séc. XIX no desenvolvimento deste bairro, a LW’22 desafia jovens artistas a reflectirem sobre o que significa o trabalho hoje, e como será no futuro.

O Programa de Residências LW’22 é comparticipado financeiramente e pretende convocar uma diversidade de práticas artísticas contemporâneas que respondam ao tema central desta edição. Serão seleccionados quatro artistas que durante um mês irão ocupar locais icónicos de Marvila. O resultado será uma exposição/performance que convida a um percurso artístico durante a edição da LW’22, e que ocupará edifícios históricos, espaços de trabalho, comércio local e espaço público.

As inscrições para a Open Call estão abertas até 07 Março e para candidatar-se basta ir ao site da Lisbonweek – www.lisbonweek.com – e consultar o regulamento. Os resultados serão anunciados a 17 de Março.

Sobre a edição LW’22 – Marvila

O início da LW’22 será no dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, data simbólica para esta edição já que “O Trabalho” é o tema de reflexão lançado aos artistas da Open Call e artistas convidados. O conceito do trabalho é central na sociedade contemporânea. O que significa verdadeiramente o trabalho nos dias de hoje? Como tem evoluído, e como será no futuro?

O Bairro de Marvila dará o mote a todas estas temáticas: a Marvila moderna, das artes, dos coworks, ligada ao rio e às suas linhas contemporâneas com os projectos de arquitectura que já a habitam, nunca esquecendo a sua origem industrial, das fábricas, dos operários, do porto, do ferro, dos tonéis de vinho e dos mercados ambulantes. Em Maio, a Marvila antiga e contemporânea dar-se-á a conhecer com a Lisbonweek.

“Já há alguns anos que tínhamos a intenção de destacar o Bairro de Marvila, uma zona em rápida transformação, com uma identidade muito ligada às artes e à criatividade, e que adquire agora a maturidade e o protagonismo para receber um outro olhar”, refere Xana Nunes, directora da ACTU e fundadora da Lisbonweek.

A LW’22 é desenvolvida em parceria com o Prata Riverside Village em Marvila – o único projecto em Portugal do Prémio Pritzker Renzo Piano e conta ainda com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia de Marvila.

“É com muito agrado que recebemos a 7.ª edição da Lisbonweek em Marvila, uma freguesia com uma riqueza e diversidade cultural únicas na cidade. Com a Lisbonweek vai ser possível descobrir tesouros escondidos, por diversas zonas da denominada Marvila antiga, mas também encontrar novas tendências expressas das mais variadas formas como se pode encontrar nas diversas galerias de arte da freguesia. Nesta edição da Lisbonweek, Marvila mostrará, também, toda a sua riqueza social traduzida num enorme e fraterno encontro de culturas.”, refere José António Videira, presidente da Junta de Freguesia de Marvila.

Segundo Luís Gamboa, Director de Operações da VIC Properties, “Nos últimos anos, a freguesia de Marvila tem vindo a despertar para os Lisboetas e para todos os que visitam a cidade. Para a VIC Properties, que assumiu a missão de requalificar uma parte da cidade que há muito se encontrava esquecida, promovendo projectos únicos como o Prata Riverside Village, faz todo o sentido apoiar iniciativas que realcem e dêem a conhecer este território, quer pela sua história quer pelo futuro que consideramos bastante promissor. Estamos seguros de que projectos como o Prata Riverside Village e eventos como a Lisbonweek vão ajudar a transformar Marvila numa das melhores freguesias do País para viver e visitar.”

Mantendo a premissa de dar a conhecer espaços nunca antes vistos e histórias nunca antes contadas, a Programação da 7.ª edição da Lisbonweek irá incluir as habituais visitas culturais quer a locais icónicos de Marvila, como a Fábrica do Braço de Prata, a Praia de Marvila, ou o Páteo Marialva, quer a espaços que não estão acessíveis ao público, como o magnífico Palácio da Mitra ou o edifício Abel Pereira da Fonseca.

O percurso das visitas culturais será mais uma vez concebido pelo historiador Pedro Sequeira, em Português e Inglês.

Para além da descoberta do património de Marvila, haverá ainda o percurso das artes criado pela curadora Filipa Oliveira, e que terá duas dimensões: de um lado, a abertura da Open Call para realização de Residências no bairro, e cujo resultado será apresentado durante a LW’22, e o convite a artistas para intervenções site-specific que serão exibidas em locais centrais de Marvila.

Mais do que uma exposição, a LW’22 propõe um projecto de pesquisa artística, resposta e activação do próprio bairro que não só apresenta propostas inéditas, como procura envolver e colaborar com os diversos agentes e promotores artísticos de Marvila, como é o caso da acção Meet the Artist a decorrer em várias galerias, como a Francisco Fino e a Bruno Múrias, em que o público poderá contactar com o artista/curador que está a expor ou outra actividade em exclusivo para a Lisbonweek.

Um dos fins de semana da LW’22 será dedicado a duas conferências de relevo: uma sobre o trabalho, e outra sobre arquitectura e as cidades, e está prevista uma grande festa de encerramento num dos espaços de Marvila (a definir). A programação completa do LW’22 ficará disponível no início de Abril, assim como os bilhetes para algumas das visitas culturais, com a possibilidade de comprar bilhete individual ou combinado para cada uma das actividades, em Português e Inglês.

Os 10 Anos da Lisbonweek

Criada em 2012 pela associação sem fins lucrativos ACTU – Associação Cultural e Turística Urbana, a Lisbonweek conta já com seis edições de sucesso: Príncipe Real/Chiado (2012), Do Marquês ao Tejo (2013), Alvalade (2015), Lumiar (2017), Ajuda (2019) e Alcântara (2020/21).

Ao longo dos últimos dez anos, a Lisbonweek tem deixado obra feita na cidade – instalações de arte urbana oferecida aos bairros que foram importantes na sua pesquisa e intervenção, que perduram até aos dias de hoje, e tem colaborado com personalidades tão diversas como o historiador José Sarmento de Matos, o arquitecto Carrilho da Graça, o chef José Avillez, artistas de projecção internacional como Julião Sarmento, José Pedro Croft, Robert Panda ou Felipe Pantone, Curadores como Delfim Sardo, Ana Tostões ou Filipa Oliveira, e instituições como a Orquestra Metropolitana de Lisboa, a Biblioteca Nacional, Palácio da Ajuda, entre outros.

Das diversas obras e acontecimentos levados a cabo pela Lisbonweek, são de realçar o lounge desenhado pelo Arquitecto Carrilho da Graça, que ocupou o Rossio na edição de 2013; a exposição na Biblioteca Nacional dedicada a Porfírio Pardal Monteiro na edição de 2015; a maior obra de arte urbana que ainda hoje existe em Lisboa – um mural de 45 metros criado pelo artista argentino-espanhol Felipe Pantone, os famosos “Estúpidos” de Robert Panda, que ainda podem ser vistos em Telheiras, e o gigante corredor do Corvo do artista RAF (Rui Alexandre Ferreira), na Alta de Lisboa – tudo projectos criados para a edição de 2017, no Lumiar.

Mais recentemente, a LW’19 trouxe o projecto Inside Out do artista JR que levou a cabo uma instalação de arte urbana em empenas de edifícios do Bairro 2 de Maio, numa acção que pretendeu despertar mentalidades e chamar a atenção para a possibilidade de fazer do mundo um lugar melhor através da arte; e ainda a realização do Museu Efémero de Arte Urbana (EMUA) na LX Factory, na última edição 20/21.

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