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Escola Básica Maria Barroso

No dia em que Maria Barroso faria 92 anos, a 2 de Maio, o edifício que um dia foi um tribunal impiedoso para os dissidentes do regime tornou-se uma escola e um jardim-de-infância.

No Largo da Boa Hora, em plena Baixa lisboeta, encontramos agora uma escola, no mesmo edifício onde funcionou o antigo Tribunal Plenário, instrumento de justiça política do Estado Novo.

A placa da novíssima Escola Básica Maria Barroso foi descerrada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, pelo primeiro-ministro António Costa, pelos filhos Isabel e João Soares e pela neta Lilah Soares, que pouco antes tinha lido o poema “Pensar em ti”, de António Gedeão.

Diversas personalidades marcaram presença no momento especial, desde logo familiares, representantes do poder político, desde o ministro da Educação a secretários de Estado, vereadores e presidentes de juntas de freguesia, mas também dignitários da Igreja, como o bispo D. Januário Torgal Ferreira e os padres Vítor Feytor Pinto e Vítor Melícias.

Nos discursos, ficou patente a personalidade forte e marcante, mas também simpática e serena de Maria Barroso, bem como o seu importante papel no mundo das artes, do ensino e da intervenção cívica e política.

Isabel e João Soares evocaram memórias da mãe, emocionados, recordando-lhe a ternura e carinho que dirigia aos filhos, sobrinhos e aos alunos que ao longo dos anos acompanhou de perto. Ambos os filhos consideraram a atribuição do nome a uma escola como a melhor homenagem que lhe podia ser feita, ainda para mais num local onde ela muitas vezes acompanhou a resistência de inúmeros presos políticos.

Fernando Medina, anfitrião da ocasião, congratulou-se por ver ligado o nome de Maria Barroso a “uma escola pública de qualidade bem no coração da cidade histórica”. Perante a plateia, o edil afirmou que a Câmara prestava “um tributo de admiração, de tributo e de saudade a uma figura maior do nosso tempo” e apontava “a sua personalidade humana, cívica, educativa e cultural como um exemplo, sobretudo, para os mais novos”.

Por seu turno, António Costa felicitou a Câmara pela forma escolhida para a homenagem, na medida em que “resgata o antigo Tribunal da Boa Hora do seu passado”, tornando-o “um local onde se formam os futuros cidadãos e cidadãs deste País”. Em relação à patrona do estabelecimento, o primeiro-ministro declarou: “Foi preciso um homem da dimensão de Mário Soares para poder ser seu companheiro e camarada ao longo de toda a vida. Aqueles cuja vida celebramos devem ser lembrados no dia do seu nascimento e não no aniversário do dia em que nos deixaram. Celebrar no dia em que fazia 92 anos a vida de Maria Barroso é a melhor forma de a lembrarmos com alegria e esperança no nosso futuro”.

Por fim, António Costa salientou a importância da revitalização recente do centro histórico da cidade, em paralelo com a fixação das populações residentes.

A Escola Básica Maria Barroso tem capacidade para 150 alunos (50 no jardim-de-infância e 100 no 1.º ciclo) das freguesias de Santa Maria Maior e da Misericórdia e vai entrar em funcionamento já no próximo ano lectivo de 2017/18.

O estabelecimento dispõe de três pisos, com salas de aula, pátios, recreios cobertos, cozinha, refeitório, ginásio, biblioteca infantil e sala de informática.

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