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A Comédia dos Burros num palco com mais de 2000 anos

Até 29 de Julho, o Museu de Lisboa - Teatro Romano apresenta A Comédia dos Burros, numa encenação de Joaquim Horta. Uma experiência única, no palco mais antigo de Portugal.

A Comédia dos Burros é “uma comédia de enganos na qual encontramos situações e personagens características do teatro plautino: o jovem apaixonado desprovido de dinheiro; o pai rival do filho nos seus amores; a esposa colérica odiada pelo marido; a cínica, esperta e calculadora alcoviteira; e os escravos astutos, hábeis e mentirosos”, assinala o encenador Joaquim Horta.

Esta obra de Plauto, umas das vinte que se conhecem da sua autoria, “pode ser entendida numa perspectiva actual onde a cobiça, a humilhação, a mentira e ousadia se entrelaçam no espírito humano. No final, o homem é um joguete nas mãos dos deuses”, explica Lídia Fernandes, coordenadora do Museu de Lisboa – Teatro Romano.

As comédias de Tito Mácio Plauto, um dramaturgo romano que viveu durante o período republicano, no século II a.C., estão entre as obras em latim mais antigas preservadas até hoje, quase todas adaptações de modelos gregos para o público romano.

Desde 2016 que peças de autores clássicos têm sido apresentadas anualmente, neste palco único situado no coração de Lisboa para reviver a função para a qual este monumento foi edificado, há mais de 2000 anos.

A Paz, de Aristófanes, apresentada em 2016 deu início ao teatro clássico no teatro romano de Lisboa. Seguiram-se o Misantropo, Édipo, Medeia, Antígona e Casina com encenações feitas, entre outros, por Tiago Vieira, André Murraças e Beto Coville e com a participação de um enorme conjunto de atores que pisaram este palco inusitado. Desta vez caberá a Joaquim Horta a adaptação da peça A Comédia dos Burros escrita por Plauto no século III ou II a.C.

Os vestígios do teatro localizam-se entre as actuais ruas de São Mamede e da Saudade. Edificado nos inícios do séc. I d.C. as estruturas arqueológicas permanecem, ainda hoje, sob os nossos pés.

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