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Movimento ao Serviço da Vida tem o céu como limite

No primeiro semestre de 2008, na zona Oriental de Lisboa, vai nascer um Centro de Acolhimento Temporário para crianças em risco. O projecto surge pelas mãos do Movimento ao Serviço da Vida (MSV). Saiba mais sobre a iniciativa…

O projecto Céu Aberto nasceu há cinco anos. Os primeiros passos há muito que foram dados e a luta tem sido uma constante. O maior apoio surgiu agora da autarquia de Lisboa que cedeu a casa que virá a albergar 12 crianças em risco, dos 3 aos 12 anos. A ideia surgiu do Movimento ao Serviço da Vida.
O presidente, Pedro Sottomayor, em entrevista ao EXPRESSO do Oriente, explicou que “os últimos cinco anos foram de luta. No entanto, o passo maior já está dado. Faltam agora as necessárias obras de reabilitação do espaço”, localizado no Parque da Bela Vista, em Marvila. O avançado estado de degradação do edifício obriga a obras profundas e a adaptação à nova realidade. O MSV conta com a generosidade de instituições e entidades privadas.

O Rock In Rio abraçou a iniciativa e vai apoiar com cerca de 200 mil euros. Este projecto, através do MSV, foi uma das instituições apoiadas pela organização do evento, por isso o Rock In Rio quer mostrar “o seu projecto” em 2008. Para já, as obras deverão começar no primeiro trimestre deste ano, estando a sua recuperação estimada em 500 mil euros. “Estamos agora a tentar angariar os restantes 300 mil euros. Já recebemos mais apoios, mas claro é sempre um processo complicado”.
O objectivo é criar nesta casa “um ambiente o mais próximo possível do familiar e onde cada criança possa ter a atenção de que precisa e merece”. Para além de acolher estas crianças, o Céu Aberto, com equipas de técnicos especializados trabalhará com as respectivas famílias de origem, tentando reabilitá-las no desempenho das suas funções parentais. Partindo da convicção de que o melhor ambiente para o desenvolvimento integral de uma criança é a própria família de origem, este projecto vai trabalhar com as crianças e com a família, no sentido de eliminar os factores que motivaram a separação e criar as condições mínimas para que possam voltar a estar reunidas. Este é apenas um primeiro Céu Aberto. “Consoante as necessidades queremos crescer”, garante o responsável.

Relação com sem abrigo

O MSV nasceu em 1991 com um grupo de universitários que dedicou as férias de Verão a trabalhar no nordeste brasileiro junto das populações mais desfavorecidas. Desde então este movimento tem ganho destaque em Portugal e no Brasil. Fora de portas estão a decorrer dois projectos, um na cidade de Monte Claros e outro no Estado da Bahia.
O projecto Aquarela consiste no funcionamento de um centro de acolhimento para crianças mais desfavorecidas. “Este projecto tem como objectivo obrigar os jovens a frequentar a escola. No tempo extra estão no Aquarela onde têm refeições, cuidados de higiene, e actividades várias”. No Estado da Bahia funcionam mais dois centros de acolhimento que têm sido respostas muito importantes “para a realidade que se vive nesses lugares, porque as crianças parece que têm o futuro condenado e encontram neste projectos respostas para seguir o seu caminho digno”.

Em Portugal o MSV trabalha em várias vertentes, desde os sem abrigos, aos idosos e no combate à solidão. Através do projecto Sentidos é feito o acompanhamento da população sem abrigo da Baixa-Chiado há já três anos. “Temos uma equipa de técnicos que tem como objectivo criar uma relação com os sem abrigo. Estabelecer com as pessoas uma relação de confiança e trabalhar no sentido de reabilitá-las para que possam criar condições e terem vontade de sair da rua”.
O MSV tem ainda o projecto Girassol que decorre também na Baixa de Lisboa, através de voluntários que fazem o acompanhamento de idosos que vivem sozinhos nos últimos andares dos prédios da Baixa.

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