No pavilhão do Grupo Recreativo e Cultural Onze Unidos, na Freguesia do Beato, uma placa simuladora de sismos ajuda a explicar aos alunos e à população em geral o que devem fazer no caso de abalo sísmico.
Um sismo, ou um abalo, ou tremor de terra, como lhe queiramos chamar, é um fenómeno natural que corresponde à libertação de energia originada pela movimentação da crosta terrestre. As vibrações fazem-se sentir com maior ou menor magnitude e os danos que causam dependem de vários factores. Ainda no mês passado recebemos notícias de um violento sismo no Nepal, que matou milhares e desalojou dezenas de milhares de pessoas.
No coração do Bairro da Quinta do Ourives, os voluntários da Protecção Civil da Junta de Freguesia do Beato têm um equipamento que está a atrair dezenas de escolas de toda a área da grande Lisboa: uma placa simuladora de sismos (que foi cedida pela Câmara Municipal das Caldas da Rainha).
Esta placa reproduz um sismo com uma magnitude em torno dos cinco graus na escala de Richter, o que corresponde a um sismo já com alguma força, mas não muito destrutivo, conforme nos explica o coordenador Luís Pereira.
“Se ocorrer um sismo há três palavras que nos salvam: baixar, proteger e agarrar, enquanto aguardamos que passe o sismo”, explica este responsável, que acumula experiência de longos anos, incluindo em locais de catástrofe, como o tsunami do sudeste asiático de 2004.
“Já tivemos até agora cerca de 1700 crianças, mas continuamos com muitas marcações. Somos contactados por escolas de toda a grande Lisboa e até da outra margem do Tejo”. No dia em que o EXPRESSO do Oriente visitou o pavilhão do GRC Onze Unidos, estava de visita uma turma da Casa Pia.
Os jovens do 7.º ano assistiram a todas as explicações com atenção, mas a sua parte preferida foi claramente a altura de experimentar a sensação de tremor de terra! No final, levaram para casa algum material informativo, uma dúzia de regras para pôr em prática e o alívio de sentirem a terra firme debaixo dos pés.
Lisboa, cidade sísmica
O último sismo grande que ocorreu em Lisboa, que está situada numa zona sísmica, foi em 1969. Outros dois grandes sismos fazem parte da história da cidade nos últimos séculos: o primeiro em 1531 e o mais famoso, que arrasou grande parte da cidade, em 1755.
Neste terramoto de 1 de Novembro de 1755, Dia de Todos os Santos, não foram só os três abalos sísmicos que se fizeram sentir que tiveram efeitos devastadores: foi também o maremoto – ou tsunami – que se abateu sobre a cidade e os incêndios que arderam durante dias a fio.
“Naquela altura as pessoas não sabiam o que deviam fazer, esperamos que hoje em dia a população já esteja melhor preparada e é para isso que desenvolvemos o nosso trabalho”, afirma Luís Pereira.
Por isto mesmo, convém seguir as recomendações da Autoridade Nacional de Protecção Civil. Como nunca sabemos quando vai ocorrer um grande sismo, devemos estar preparados: ter um kit de emergência sempre a postos, com comida, garrafas de água, uma lanterna, um rádio com pilhas extra e material médico de primeiros socorros; combinar com os familiares um ponto de encontro num local amplo e seguro; saber como se desliga o gás, a electricidade e a água lá de casa.
Durante um sismo, a regra é evitar o pânico e não se precipitar para o exterior: devemos, isso sim, aguardar que o sismo passe.
