Dossier
Galerias Romanas da Rua da Prata reabrem entre os dias 3 e 6 de Abril
O subsolo da Baixa de Lisboa esconde abundantes vestígios de um quotidiano com mais de 2000 anos, na então Felicias Iulia Olisipo. As visitas às Galerias Romanas regressam para contar parte dessa história. As visitas subterrâneas em grupo realizam-se nos dias 3 e 4 de Abril, entre as 14h30 e 18h30, e nos dias 5 e 6 de Abril, entre as 09h30 e as 18h30, orientadas pela equipa do Serviço Educativo do Museu de Lisboa.

Inserido na zona industrial da Lisboa Romana, o criptopórtico – estrutura concebida para sustentar edificações localizadas na superfície – que o Museu de Lisboa reabre nos dias 3, 4, 5 e 6 de Abril, constitui um dos muitos exemplos de vestígios arqueológicos que se podem encontrar na baixa lisboeta. A proximidade com o rio, o principal meio de ligação às redes de comércio do império, transformaram a frente ribeirinha num território portuário e grande parte dos estabelecimentos e infraestruturas aqui instalados serviam a actividade comercial que daí partia e aí chegava. Nesta área podemos encontrar complexos de produção de preparados de peixe e de conservação de peixe, uma lixeira, alicerces de estruturas e armazéns.
Apesar de grande parte desta actividade se centrar na Baixa, recentes descobertas arqueológicas estendem a sua geografia até Santa Apolónia.
Nos dias 5 e 6 de Abril, às visitas subterrâneas das 15h30 segue-se um percurso que revela alguns dos principais locais onde a herança da presença romana na cidade é, ainda hoje, visível. No dia 5 de Abril, o percurso segue das Galerias até à Casa dos Bicos, e no dia 6, das Galerias até ao Teatro Romano.
Localizado entre a Rua da Conceição e a Rua da Prata, este monumento, um dos mais enigmáticos da cidade, foi construído há dois mil anos e quando está fechado tem um nível de água de quase um metro de altura. Estas águas subterrâneas conservam as galerias intactas, e o seu escoamento, necessário para realizar as visitas, expõe as estruturas, afetando o seu estado de conservação. É por esse motivo que as Galerias Romanas da Rua da Prata abrem ao público apenas duas vezes por ano.
Escondidas sob os nossos pés, as Galerias foram descobertas no subsolo da Baixa de Lisboa em 1771, na sequência do Terramoto de 1755, sendo um dos valiosos testemunhos da herança arquitectónica romana na cidade.
Os bilhetes para estas visitas estarão brevemente disponíveis na bilheteira online do Museu de Lisboa, a única forma de os obter. O Museu de Lisboa, promotor desta iniciativa, não aceita reservas para as visitas.
FOTOS: José Frade / EGEAC