Sociedade

Flores para todas as mulheres

No Dia da Mulher, fomos tirar a prova dos nove e avaliar o movimento na florista. Feitas as contas, eis o veredicto: os homens não se portaram nada mal.

Bem sabemos que a simbologia e a mensagem do Dia da Mulher está longe de se esgotar na oferta de uma flor (ou de um ramo inteiro) às mulheres que se ama. Lutas bem mais importantes são travadas diariamente e devem continuar a sê-lo, em nome de uma igualdade de género que ainda só existe nos princípios, mas que se quer real e efectiva. A maior das quais, a luta contra a violência doméstica e o feminicídio.

Sem desprimor para todas estas considerações, e porque achamos importante esse gesto de carinho, fomos à florista para perceber até que ponto este era um dia diferente.

O nosso passeio levou-nos ao Mercado da Encarnação Sul, em cuja entrada principal encontramos imediatamente a Florista Maria Filomena. Atrás do balcão, não estava sozinha: tinha consigo a filha e o marido. Mas era com ela que queríamos falar.

Filomena Jacinto – repare-se, para começo de conversa, que a florista tem nome de flor – anda no negócio há 23 anos, sempre ali no Mercado. A primeira pergunta é sobre o movimento do dia: “Hoje vieram muitos homens, mais até do que é costume, talvez devido às notícias negativas que temos ouvido nos últimos dias, infelizmente”. E o que levam eles? “Sobretudo gerberas, rosas, frésias, tulipas, que é uma flor que só há nesta altura do ano”.

Queremos saber se o cliente comum sabe o que quer ou pede ajuda. “Olhe, um pouco das duas coisas: alguns vêm e pedem logo porque já sabem o que querem, outros vêm mais perdidos ou gostam de pedir a opinião. E nós estamos cá para isso! Tenho clientes assíduos, esse cliente sabe o que quer e sabe como a gente trabalha. Seja como for, nunca ninguém sai daqui sem nada”.

Isso é que é preciso! Filomena Jacinto explica-nos que quem trabalha como florista tem de ter principalmente carinho e amor por elas, as flores, e em cima disso um gosto especial pelos arranjos. Confessa que tem o apoio constante do marido e, nestas alturas mais cheias, da filha, de quem diz orgulhosamente “que está a tirar um mestrado”.

Sabemos bem que estamos num dos dias mais fortes do ano, à semelhança do Dia dos Namorados e do Dia da Mãe, por isso tentamos não estorvar, mas queremos ainda perceber o que tem a flor de especial.

É então que a nossa amiga mais brilha, fechando muito bem esta reportagem: “Quando se dá uma flor, transmite-se sentimento. A flor está nos momentos de alegria e nos de tristeza, tanto num aniversário como num funeral, como no nascimento de uma criança. Aliás, há um provérbio que fala destes sentimentos opostos, que é qualquer coisa como «Até para a flor é preciso ter sorte, tanto dá para a vida como para a morte». Toda a gente gosta de receber flores!”.

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