Reportagem

Contra-Senso surpreende com romance de vampiros

 

_Marvila - Contra-Senso surpreende com romance de vampiros (21)O Teatro Contra-Senso, de Marvila, apresentou, durante o mês de Outubro, o romance “Drácula”. Centenas de pessoas assistiram ao espectáculo, que procurou respeitar ao máximo o retrato da época vitoriana do séc. XIX, em Londres, transportando os espectadores para uma realidade completamente diferente.

Mal se abrem as portas de entrada do Auditório Fernando Pessa, no Espaço Municipal da Flamenga, tem início o suspense em que está envolta a peça “Drácula”. É sob um ambiente sombrio e uns sons de fundo igualmente suspeitos, que os espectadores vão entrando, cuidadosamente, um a um. A dificuldade em ver o que se passa é tanta, que há até quem tenha dificuldades em ver onde se sentar. O ambiente foi preparado a rigor e desde logo todos sentem um arrepio na espinha e o pressentimento de que o que está para vir será algo sinistro…E não estão enganados!

Baseada na história de Bram Stoker, a peça que é agora interpretada pelos actores do Teatro Contra-Senso, é um trabalho do ensaiador Miguel Mestre que se revela um apaixonado pela obra deste autor.

“Cativa-me o mundo paralelo que ele consegue criar com o mundo real. Há alguns anos atrás adaptei a peça _Marvila - Contra-Senso surpreende com romance de vampiros (16)para apresentar no Teatro Maria Matos, mas o grupo não tinha ainda  a capacidade de recriar, fielmente, a obra de Stoker. Agora, anos depois, decidi que tínhamos a experiência necessária para fazê-lo”, explica o ensaiador.

A peça, agora numa versão mais reduzida, mas “sem cortar a sua lógica”, conta a lenda de um habitante misterioso de um castelo, que depois de perder a sua amada, permanece no Mundo na esperança de encontrar a reencarnação da sua Elisabeth. Gonçalo Henriques  foi o escolhido para reencarnar este personagem, um desafio que tem sido assumido com muito profissionalismo.

“É um texto de grande responsabilidade. Foi uma grande desafio para o Contra-Senso fazer uma peça de um autor tão reconhecido e penso que tem sido uma experiência formidável para toda a gente. Tem sido um projecto ambicioso em vários aspectos.É uma peça muito extensa, e o cenário e o guarda-roupa exigiu uma grande pesquisa para fazer um retrato fiel para que os conhecedores da obra e os amantes desta história de terror e amor sentissem que estávamos a fazer um um retrato fidedigno”, confessa o actor.

Durante cerca de duas horas, Gonçalo Henriques, Nuno Aranda, Mónica Mendes, André Lobato e Ana Rodrigues assumem os papéis principais da peça, que é composta por um elenco de 15 actores que interpretam 27 personagens, e que não limitam a sua actuação apenas ao palco. Toda  a sala se transforma num espaço de encenação, que obriga os espectadores a a tentar perceber em que canto se desenrolará a próxima acção. Um trabalho que foi pensado ao pormenor, em todos os aspectos.

“O maior desafio até agora tem sido as interpretações, porque os actores têm que voltar a trás quase 200 anos. Houve um estudo meticuloso sobre os comportamento da época vitoriana: os cumprimentos, a forma como se fala e como se dirigem uns aos outros. Tudo isso foi estudo ao detalhe”, conta Miguel Mestre.

O esforço tem compensado e a prova disso é que o espectáculo contou, por diversas vezes, com lotação esgotada.

“O público tem aderido em massa e só temos a agradecer ao Espaço Municipal da Flamenga e à Junta de Freguesia de Marvila pelo apoio que nos deram para podermos levar em frente este projecto ambicioso”, salienta Gonçalo Henriques.

_Marvila - Contra-Senso surpreende com romance de vampiros (17)No total, foram realizadas cinco sessões do espectáculo, que promete não ficar por aqui. Em Fevereiro, ainda sem datas marcadas, “Drácula” estará em cena no Auditório do Centro Cultural Malaposta, em Odivelas, e Miguel Mestre deixa o convite: “Venham entrar nesta máquina do tempo, em que vamos reproduzir de forma fiel à época a obra de Bram Stoker, e em que vamos transportá-los ao mundo negro dos vampiros”.

Uma proposta que de certo não quererá perder e onde terá a oportunidade de comprovar o talento destes jovens actores, numa peça onde o amor, a morte e a imortalidade se conjugam num só. A não perder.

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