Dossier

“A Voz Humana” no Dia Mundial da Poesia

No Dia Mundial da Poesia, 21 de Março às 17h30, a Fundação Mário Soares e Maria Barroso promove “A Voz Humana”, uma sessão online de poesia.

Assista AQUI

Link: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/84334933034

ID da reunião: 843 3493 3034

“Quando eu morrer – e hei-de morrer primeiro

do que tu – não deixes fechar-me os olhos

meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos

e ver-te-ás de corpo inteiro

como quando sorrias no meu colo.

E, ao veres que tenho toda a tua imagem

dentro de mim, se, então, tiveres coragem,

fecha-me os olhos com um beijo.

Eu, Marco Pólo,

farei a nebulosa travessia

e o rastro da minha barca

segui-lo-ás em pensamento. Abarca

nele o mar inteiro, o porto, a ria…

E, se me vires chegar ao cais dos céus,

ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus.

II

Não um adeus distante

ou um adeus de quem não torna cá,

nem espera tornar. Um adeus de até já,

como a alguém que se espera a cada instante.

Que eu voltarei. Eu sei que hei-de voltar

de novo para ti, no mesmo barco

sem remos e sem velas, pelo charco

azul do céu, cansado de lá estar.

E viverei em ti como um eflúvio, uma recordação.

E não quero que chores para fora,

Amor, que tu bem sabes que quem chora

assim, mente. E, se quiseres partir e o coração

to peça, diz-mo. A travessia é longa… Não atino

talvez na rota. Que nos importa, aos dois, ir sem destino.”

“Os Dois Sonetos de Amor da Hora Triste” de Álvaro Feijó, dito por Maria Barroso.
https://arquivos.rtp.pt/conteudos/poema-por-maria-barroso/

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