Chama-se Andreia Ambrósio e tem apenas 26 anos. Foi a primeira mulher a exercer as funções de polícia sinaleiro na PSP!
Havia uma música que versava: “Olha o Polícia Sinaleiro / Olha o Polícia Sinaleiro / Ó passa agora / Pois se não passa / Fica sem carta e sem dinheiro”.
Não será bem assim, mas convém não desafiar a sorte. Encontramos a Agente Andreia Ambrósio na passadeira que fica mesmo em frente dos célebres pastéis de Belém. Fardada a rigor, com o apito, a luva branca e o capacete característico que em temos justificou o nome de “cabeça-de-giz” a estes profissionais, Andreia traz a ordem ao relativo caos que por vezes impera naquele local.
Já não é a única agente a desempenhar esta função, mas não havia mais nenhuma quando se iniciou em finais de 2014, inserida na Divisão de Trânsito de Lisboa.
Explica-nos que exerce uma função de regulamento do trânsito, “para que flua da melhor maneira possível”, e auxilia as travessias de peões. Actualmente, desempenha este serviço em dois locais: na passadeira já referida, em Belém, e na Praça D. Pedro IV, mais conhecida por Rossio, onde circula nas várias passadeiras, consoante há maior necessidade.
Perguntamos-lhe se esta é uma profissão do passado. Responde que “nos sítios onde não há semáforos, continua a fazer muito sentido”. E a descrição é muito simples: “Vemos de onde vem mais trânsito e temos de impedir que se acumule. Convém parar um pouco os peões e deixar fluir o tráfego, para não gerar o caos”. A chuva atrapalha, o calor também, mas há uma missão a cumprir.
As pessoas encaram o seu ar simpático e deixam-se contagiar; algumas «metem-se» com ela: “Costumam dar-me os parabéns, dizem que faço um bom trabalho, sorriem, dão-me os bons dias. Sobretudo as pessoas mais idosas apreciam aquele apoio no atravessamento, precisam de uma mãozinha”, esclarece a agente.
Mas não é só: os turistas acham-lhe piada e aproveitam para pedir orientações! “Perguntam porque estou assim vestida, pedem indicações para o centro de Lisboa, informações sobre autocarros… Por vezes tenho de lhes pedir que aguardem um pouco que é para não gerar confusão”. Até o condutor do autocarro turístico amarelo põe a cabeça de fora da janela para a cumprimentar.
Andreia Ambrósio iniciou a sua formação pela via militar (na Força Aérea), mas foi na força policial que singrou. O pai era GNR, portanto pode dizer-se com alguma segurança que lhe está no sangue. Aprendeu a função do Agente António Paixão, que formou os polícias sinaleiros de Lisboa, cinco no total. Noutras zonas do país haverá mais, que se contam pelos dedos das mãos.
O pragmatismo e a personalidade calma transparecem na nossa entrevista, por exemplo quando afirma: “Claro que há chatices de vez em quando, mas nada que não se resolva. É a falar que a gente se entende”.
Os gestos estão mecanizados, fá-los sem pensar. Há pessoas que podem não perceber à primeira – ou fingir que não percebem – mas a maioria cumpre todas as ordens. O apito, esse, vai soando para manter a ordem. Quando soa mais forte… é porque já alguém fez asneira!
Gosto de ver esta Policia Sinaleira em frente aos pasteis de belém. A Andreia que é assim que ela se chama é muito boa a cordenar o transito!