Reportagem

Espaço público do Parque das Nações em estado de degradação

resized_Parque das Nações - espaço público degradado (3)O Jardim das Ondas, outrora um ex-líbris do antigo espaço da Expo’98, apresenta zonas peladas; falta iluminação pública; há tábuas levantadas ou em falta; o sistema de rega está avariado em alguns pontos do Parque Tejo…

Para muitos uma zona nobre da cidade de Lisboa, que também é muito procurada diariamente para momentos de lazer ou para a prática desportiva ao ar livre, o Parque das Nações vai apresentando sinais evidentes de degradação que afectam sobremaneira a sua fama. Pese embora o desagrado dos visitantes, ninguém se queixa mais do estado de conservação do espaço público que os moradores da mais jovem freguesia da cidade de Lisboa, que convivem todos os dias com o deterioramento das infra-estruturas da sua vizinhança. Um caso paradigmático é o do Jardim das Ondas. Localizado entre o Oceanário e o rio Tejo, este jardim da autoria de Fernanda Fragateiro está modelado em relevos que simulam a ondulação e remetem para oceano. É um local agradável para descansar ao sol ou à sombra, para ler um livro, ou para acolher brincadeiras de crianças. Outrora totalmente relvado, apresenta agora partes sem relva, para tristeza dos que o admiravam. Mesmo em frente ao centro comercial, no Rossio dos Olivais (mais conhecido por “rua das bandeiras”) o antigo espelho de água está completamente seco. Também há tábuas levantadas ou em falta nas áreas adjacentes, que representam perigo para quem circula na zona. resized_Parque das Nações - espaço público degradado (16)No Parque Tejo, jardim que começa após a Torre Vasco da Gama e se prolonga para Norte junto ao rio, o sistema de rega não funciona em alguns dos prados, por não ser alvo de manutenção. A falta de iluminação só contribui para aumentar a sensação de insegurança. A gestão do espaço onde decorreu a Expo’98 cabia à sociedade Parque Expo, entretanto extinta, antes de ser entregue às autarquias: Câmara Municipal e Junta de Freguesia. Os residentes do Parque das Nações responsabilizam as duas entidades. O grupo de moradores “Pela Qualidade Urbana do Parque das Nações” é um movimento cívico bastante activo na denúncia das situações que considera inaceitáveis na sua freguesia. Além de petições públicas e acções de sensibilização várias, o movimento levou à Assembleia Municipal no mês passado um vídeo de 10 minutos sobre o estado de degradação do espaço público e dos espaços verdes do Parque das Nações. As queixas motivaram até um pedido de redução do IMI – Imposto Municipal sobre Imóveis, numa tentativa de alertar para os problemas em curso. resized_Parque das Nações - espaço público degradado (11)O presidente da Junta de Freguesia, José Moreno, eleito pelo Movimento Parque das Nações Por Nós, reconhece haver problemas, que atribui ao “desgaste natural” e à “falta de manutenção ao longo dos anos”, segundo declarou à Lusa. Para José Moreno, “O que se vai fazer agora já devia ter sido feito pela Parque Expo, que não fez”. O autarca acrescenta que a Junta de Freguesia está a trabalhar para resolver os problemas nomeados, com a reparação do equipamento que não funciona e a substituição das lâmpadas nas zonas onde faltam pontos de luz. “As coisas estão a acontecer. São obras demoradas, com investimento grande e serão feitas ao longo dos próximos meses”, completa José Moreno.

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One Comment

  1. É efectivamente uma pena!! É o retrato de quem somos, nao todos, mas infelizmente de demasiados..!. Prevalece a falta de brio profissional, o nao assumir das responsabilidades. É certo que a degradacao nao é de agora, que ja se arrasta ha anos mas … é mais do mesmo. Nao conheco as dificuldades, nem quero julgar ninguem pelo que actualmente existe, mas que anda sempre tudo a volta do mesmo…anda! Temos maus gestores. Temos muita corrupcao e interesses pessoais em detrimento do que esta subjacente aos mandatos e promessas assumidas. É triste ver o bairro assim….:-(

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