Sociedade
Santo António e São Vicente;Qual é o padroeiro de Lisboa?
Em Janeiro, mês em que se celebra São Vicente, o Museu de Lisboa volta a esta questão em torno do padroeiro da cidade, para esclarecer todas as dúvidas.
A dúvida em torno de qual é o santo padroeiro de Lisboa tem razão de ser. Se, por um lado, a barca e os dois corvos representados no brasão da cidade remetem para a relação do santo mártir valenciano com a cidade, por outro lado, o feriado municipal e as festas da cidade não deixam dúvidas sobre qual o santo mais popular.
Para além de serem figuras de culto, cuja devoção sublima os costumes católicos ainda fortemente presentes na cultura portuguesa, os santos padroeiros são também ícones da cidade, símbolos do seu território, da sua história e das tradições que aí se têm vindo a perpetuar.
No mês em que se celebra o Dia de São Vicente, o Museu de Lisboa – Santo António aborda esta dualidade, a partir de 9 de Janeiro, com duas Obras em Destaque – uma escultura de Santo António, pertencente à Sé de Lisboa, e uma escultura de São Vicente, do acervo do Museu Nacional de Arte Antiga – que colocam os dois santos lado a lado, acompanhados pelo brasão da cidade de Lisboa, uma peça do acervo do Museu de Lisboa. A barca e os dois corvos nele representados desde a Idade Média até aos dias de hoje, sintetizam a história de São Vicente e da sua ligação a Lisboa.
No dia 21 de Janeiro, o percurso A Cidade de São Vicente disseca os simbolismos das insígnias da cidade, utilizadas em diferentes espaços e equipamentos da cidade, e conta a história do mártir espanhol do século IV e da chegada das suas relíquias a Lisboa, a 15 de Setembro de 1173.
Mas será que essa ligação ancestral chega para fazer de São Vicente o principal e actual padroeiro da cidade? Para responder a esta questão, o Museu de Lisboa convidou o Patriarca Emérito de Lisboa, D. Manuel Clemente, que, no dia 23, durante a palestra Os Padroeiros de Lisboa dissipará todas as dúvidas.
Apesar da dúvida ainda persistir entre os lisboetas, o Patriarcado de Lisboa clarificou esta questão em 1981 e, apesar de já se terem passado mais de 40 anos, muitos vão ficar surpreendidos.