Sociedade

Reunião descentralizada em Arroios e Avenidas Novas

Um pavilhão desportivo gelado da Escola Secundária Pedro V recebeu mais uma reunião descentralizada da Câmara Municipal de Lisboa, desta feita para ouvir os munícipes das freguesias de Arroios e Avenidas Novas.

Dizemos gelado porque o frio foi implacável para com (quase) todos os presentes e porque a própria presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas sugeriu a alteração da organização da mesa do executivo municipal, para permitir a realização destas reuniões em auditórios mais pequenos e mais confortáveis do ponto de vista térmico.

Os munícipes inscritos apresentaram as suas preocupações, que se prenderam muito com a insegurança, dificuldades de mobilidade, falta de estacionamento e vandalização do espaço público.

Como exemplos destes temas, os cidadãos deram conta de vários episódios de assaltos a residências na zona da Avenida Almirante Reis e ruas adjacentes, a insegurança sentida pelos utilizadores dos parques de estacionamento mal iluminados nas imediações da Praça de Espanha e no Bairro de Santos-o-Rego, a proliferação de graffitis em toda a Freguesia de Arroios e a falta de policiamento no território das duas freguesias, com a agravante de terem sido encerradas a 31.ª Esquadra da PSP da Praça de Espanha e a 10.ª Esquadra de Arroios, que agora funciona como mero posto de polícia, encerrando às 19h.

Os problemas do Bairro de Santos ao Rego foram muito focados, nomeadamente o seu isolamento, a decadência do comércio, a ocorrência de assaltos à população idosa e outras questões. Por seu turno, os moradores da Rua Sousa Lopes pediram travessias de peões e lombas redutoras de velocidade, algo que também foi apontado como necessidade para a Rua Filipe da Mata e Estrada das Laranjeiras, onde quase não há passeios e os veículos atingem velocidades elevadas, numa zona escolar. O mesmo munícipe que abordou este assunto exigiu barreiras sonoras que diminuam o ruído junto das habitações, junto à ferrovia e ao próprio Eixo Norte-Sul.

O vereador Miguel Gaspar, de longe o mais solicitado para esclarecimentos pelo presidente Fernando Medina, teve oportunidade de explicar em detalhe as alterações promovidas pelo projecto da nova Praça de Espanha. Também se regozijou por poder responder aos moradores que pedem mais estacionamento em Arroios que a EMEL vai disponibilizar 250 novos lugares na Praça José Fontana, somados a outros 300 que resultam da aquisição de um armazém, através de direito de preferência, nas imediações do Jardim Constantino.

Um representante da Associação Vizinhos das Avenidas Novas levou à reunião questões relativas ao arvoredo e outros problemas a corrigir no eixo central, além da queda de um tapume na zona da Av. Fontes Pereira de Melo. A esta artéria também aludiu o antigo presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião da Pedreira, ao chamar a atenção da Câmara para o “Monumento à Mãe”, uma obra escultórica datada de 1988, que em consequência de uma obra perdeu as suas placas em calcário e ficou descaracterizada. Medina garantiu que a mesma será reposta e que enviará “a facturinha” ao empreiteiro…

Entre os restantes temas abordados, reclamaram-se melhores acessos e a requalificação do espaço público no Bairro Azul, autocarros na ligação da Rua Damasceno Monteiro ao Largo da Graça, mais atenção para as tendas de sem-abrigo nos jardins de Arroios, um diagnóstico do número de camas e de estabelecimentos de alojamento local na mesma freguesia e um reforço dos serviços de higiene urbana, por via do aumento populacional registado.

Em nome dos comerciantes afectados pelo encerramento prolongado da estação de metro de Arroios, Carla Salsinha, ex-presidente da direcção da UACS, lamentou o encerramento de vários estabelecimentos comerciais na zona e voltou a pedir que a isenção de taxas abranja uma área alargada, no cruzamento de três artérias: Morais Soares, Almirante Reis e António Pereira Carrilho, além da própria Praça do Chile.

Autarcas também dizem de sua justiça

A presidente da Junta de Freguesia de Arroios, Margarida Martins, transmitiu ao executivo municipal algumas preocupações dos seus fregueses, nomeadamente relativas à habitação e à falta de equipamentos escolares na sua freguesia. A autarca perguntou por dois dossiers pendentes: o novo posto de higiene urbana e o novo centro de saúde de Arroios. Também aflorou os temas da necessidade de uma esquadra da PSP e dos problemas de insegurança crescentes, do tráfico de droga e das pessoas sem-abrigo, solicitando o encerramento e vedação do Jardim Constantino no período nocturno.

Quanto ao encerramento do Metro, reiterou: “Os comerciantes, residentes e trabalhadores de Arroios não podem esperar mais”, embora tenha lembrado que a Junta deixou de cobrar taxas ao comércio logo desde 2017. Por fim, pediu soluções para distribuir a população que se concentra na chamada “sopa dos pobres” para obter refeições quentes (cerca de 400 pessoas) por outras freguesias, afirmando que o ideal seria reduzir o afluxo a cerca de 100 pessoas.

Por seu turno, a presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, Ana Gaspar, subscreveu as preocupações dos fregueses com os bairros da sua freguesia, nomeadamente o Bairro Azul e de Santos ao Rego, sem esquecer os restantes. Recusou ceder a uma pulsão securitária que afirmou ser um risco sempre que se fala em problemas de insegurança, mas não deixou de confirmar a necessidade de se debaterem esses problemas. “Precisamos como de pão para a boca de um novo posto de higiene urbana”, afirmou ainda.

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