Igreja de Santa Clara tem novo espaço envolvente

Em 2010, Francisco Real e Renato Reis candidataram-se ao Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa, com um projecto que pretendia requalificar a zona envolvente da Igreja de Santa Clara, no Bairro da Flamenga, em Marvila. Sem grandes expectativas, os autores do projecto acabaram por ser surpreendidos ao vencerem o terceiro prémio na votação do concurso. Três anos volvidos, a obra está concluída, e foi inaugurada no dia 24 de Setembro na presença do executivo da Junta de Freguesia de Marvila, da Câmara Municipal de Lisboa e de várias instituições locais.

O pequeno terreno baldio que existia nas traseiras da Igreja, são hoje um amplo espaço aberto, com zonas verdes e com bancos, que poderão ser usufruídos por toda a comunidade.

“Este novo espaço está integrado na requalificação também do Vale Chelas, pois não queríamos que este espaço passasse a ser a ovelha negra aqui da zona. Queríamos criar aqui também uma zona bonita. Este projecto teve o contributo de toda a freguesia, a quem agradecemos e relembramos que este espaço está aberto a toda a população de Marvila”, afirmou Francisco Leal.

O projecto destes dois marvilenses foi o primeiro projecto local a vencer o Orçamento Participativo da autarquia lisboeta. António Costa, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Graça Fonseca, Vereadora da Economia e da Inovação, e Helena Roseta, Vereadora da Habitação, defenderam que o trabalho desenvolvido por Francisco Real e Renato Reis deve ser um exemplo para outros moradores, a quem apelaram à  participação nestes programas de intervenção local.

“Numa época em que os recursos são muito fracos é necessário envolver as pessoas para que elas sintam que estão a participar e que partilhem as dificuldades que existem, pois entre a ideia de fazer e o estar feito vai um tempo bastante longo. É por isso que acho que para governar uma cidade como esta, há três conceitos que são muito importantes: a participação dos cidadãos; a parceria com as instituições e a descentralização de competências”, afirmou o autarca lisboeta, enquanto Graça Fonseca salientou que “em tempos maus, são a generosidade e a participação que podem fazer a diferença para muitas pessoas”.

Após o almoço, onde participaram também o Frei Fabrizio Bordin e a Directora do Centro Social São Maximiliano Kolbe, Elsa Vicente, e que incluiu um pequeno debate sobre a “Lisboa Participativa”, todos os presentes foram convidados a visitar o novo espaço.

No final, também Belarmino Silva, Presidente da Junta de Freguesia de Marvila demonstrou a sua satisfação com este projecto.

“Isto é a demonstração cabal  de que quando queremos, as coisas fazem-se. Com a participação da Câmara, dos moradores, e da comunidade em geral foi possível fazer um espaço tão agradável como este. Quando o homem sonha, toda  a obra nasce”, salientou.

O projecto que visava, segundo os seus autores, “a comunhão dos vários grupos que aqui têm as suas actividades, nomeadamente a Paróquia, o Centro de Dia, as crianças da catequese, os escuteiros e restante população”, implicou um investimento de 250 mil euros, financiado pela autarquia lisboeta.