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Centro de Acolhimento pronto para receber primeiros refugiados

resized_Inauguração Centro Acolhimento Refugiados (17) A Câmara Municipal de Lisboa inaugurou um Centro de Acolhimento Temporário de Refugiados com capacidade para receber 24 pessoas.

O equipamento situa-se na Freguesia do Lumiar, na Quinta das Camélias, que fica exactamente no cruzamento entre a Alameda das Linhas de Torres e a Avenida Rainha D. Leonor. O palacete ocupado pertence à Associação de Deficientes das Forças Armadas, foi cedido ao Município e foi alvo de recuperação por parte da Câmara, com a participação da Junta de Freguesia do Lumiar.

Os primeiros inquilinos do Centro de Acolhimento devem chegar uma semana depois da abertura, que ocorreu esta segunda-feira, dia 22 de Fevereiro. Poderão ser entre seis e oito pessoas, muito provavelmente oriundas da Eritreia, país do continente africano.

resized_Inauguração Centro Acolhimento Refugiados (24)As instalações incluem 24 camas distribuídas por quartos com características familiares e camaratas, cozinha, biblioteca, salas de convívio, salas para aulas e formação, espaço para oração, gabinete médico e um amplo jardim. O Município e a autarquia local contaram com o apoio da Associação de Deficientes das Forças Armadas, do Ikea e dos Serviços Sociais da Universidade de Lisboa.

Discursos carregados de simbolismo

Na cerimónia de inauguração do Centro, após o descerramento da placa evocativa e da tradicional volta pelas instalações, coube ao vereador dos Direitos Sociais da Câmara de Lisboa, João Afonso, dirigir as primeiras palavras aos presentes. Na inauguração de um “espaço que tem como missão a defesa dos Direitos Humanos”, o vereador falou do Programa Municipal de Acolhimento de Refugiados e recordou o compromisso da cidade em receber 500 refugiados, ou seja, 10% do contingente nacional. “Que todos sejam novos lisboetas”, desejou João Afonso, que dirigiu um agradecimento a todos os parceiros institucionais, desde as dezenas de parceiros ao nível local até às instâncias nacionais e europeias.

Por seu turno, Pedro Delgado Alves referiu o “momento extraordinário no pior sentido, que tem de nos mobilizar a todos”. O presidente da Junta de Freguesia do Lumiar lembrou o carácter “duplamente temporário” do Centro de Acolhimento: “temporário porque funcionará apenas até que a crise de refugiados desapareça e porque é apenas uma escala na vida destas pessoas, que lhes permita fugir à guerra e regressar a uma vida de normalidade”. Depois de mencionar os horrores por que passam estes migrantes forçados, o autarca fez votos que seja possível “mostrar que estamos à altura do melhor da História da cidade de Lisboa”; “isto honra-nos enquanto seres humanos”, completou.

resized_Inauguração Centro Acolhimento Refugiados (19)Fernando Medina encerrou o acto solene falando de “um gosto enorme porque hoje cumprimos uma obrigação para com os mais desfavorecidos”. Para o edil, a actual crise é uma “tragédia sem precedentes” e responder-lhe é uma “obrigação moral”. Fernando Medina criticou as “atitudes políticas bárbaras e primitivas” de alguns estados europeus, aproveitando para citar o Papa Francisco e a sua crítica aos muros que se erguem noutras partes do mundo. “Já fomos na nossa História vítimas e agressores. Perseguimos muitos, mas fomos também capazes de acolher 700 mil portugueses das colónias”, apontou Medina, e concluiu desejando que o novo Centro seja um “espaço de paz e de realização do futuro”.

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One Comment

  1. Sou presidente de uma instituição brasileira que capacita jovens brasileiros e refugiados para o trabalho. Gostaria de conhecer o centro de acolhida , as instalações , os programas de capacitação com o objetivo de construirmos em parceria soluções para esse problema que todos temos interesses em resolver através da troca de experiências.
    Atenciosamente
    Suzana Opatrny
    São Paulo
    Brasil

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