Sociedade

André Caldas: “Só precisamos que o Governo não atrapalhe”

 

Andre Moz Caldas (2)É a primeira vez que exerce as funções de Presidente de uma Junta de Freguesia?

 Sim. É a primeira vez que exerço as funções de Presidente de uma Junta de Freguesia. No mandato 2009-2013 fui membro da Assembleia de Freguesia de Campo Grande, na oposição. Todavia, as funções de Presidente, ou mesmo funções num Executivo autárquico é a primeira vez que exerço.

Herdou uma “pesada herança”?

O meu mandato está voltado para o futuro. Obviamente que tomei profundo conhecimento da situação existente e que não concordo com todos os aspetos do que encontrei. É natural que assim seja, na medida em que é a primeira vez que o PS a concorrer sozinho vence umas eleições neste território, ainda para mais com os partidos da Direita coligados. A intervenção do PS nas Assembleias de Freguesia de Alvalade, Campo Grande e São João de Brito ia já denotando algumas discordâncias. Todavia, herdámos Juntas com alguns problemas, mas com meios para os enfrentar. Seja como for, uma questão de ética e de lealdade institucional leva-me a que dê a conhecer as minhas discordâncias primeiro à Assembleia de Freguesia, na qual estão eleitos os meus três antecessores, e só depois aos órgãos de comunicação social.

Como considera que se desenrolará o mandato?

O mandato terá três etapas bem definidas. A primeira, já em curso, de fusão das três freguesias que deram origem à nova freguesia de Alvalade: Campo Grande, Alvalade e São João de Brito. A segunda, de acolhimento dos meios, humanos e financeiros, que virão da Câmara Municipal e que serão postos ao serviço das novas competências da Junta de Freguesia. A terceira, de desenvolvimento do nosso programa e de lançamento da obra que nos propusemos realizar.

Só com a estrutura da Junta consolidada poderíamos preparar o desempenho das novas competências e por isso nos concentrámos nesse processo e só com a nova Junta a funcionar em pleno, no quadro das suas novas responsabilidades, poderemos começar a desenvolver a profunda mudança que a população escolheu ter.

Quais são obras “prioritárias” deste mandato?

O programa eleitoral com que nos apresentámos às eleições e que obteve grande adesão por parte da população incide sobre sete áreas temáticas. As nossas pretensões passam por um conjunto alargado de medidas com reflexos diretos ao nível da segurança, educação, saúde, desporto, cultura, ação social e higiene e conforto do espaço público.

No imediato a agregação das três antigas freguesias (São João de Brito, Alvalade e Campo Grande) é merecedor de maior atenção, sendo prioritária para este mandato a estruturação de uma politica integrada para todo o território atual nos diversos domínios que referi.

Temos de investir em aspetos tão fulcrais como:

– a eficiência da lavagem e varredura de ruas

– a valorização do espaço público como espaço acessível para todos e com condições de conforto para o peão

– incentivar a relação entre as diversas instituições, associações, coletividades ou cooperativas, designadamente no desenvolvimento de programas como o BIP-ZIP

– a estruturação da ação social, por via da criação da Comissão Social de Freguesia, a qual convictamente proporcionará uma plataforma de intervenção cooperante, partilhando recursos e portanto melhorando a eficiência e eficácia dos resultados

– o apoio e acompanhamento imediato à população em situação forçada de carência habitacional, em virtude do avanço da Lei das Rendas

– a edificação de um pavilhão para o Grupo Desportivo e Cultural Fonsecas e Calçada, e o acompanhamento direto dos demais equipamentos desportivos que proporcionam as condições de sucesso dos diversos clubes e coletividades desportivas

– a divulgação e valorização do conjunto arquitetónico da freguesia, com visitas pelos edifícios e/ou outros elementos urbanísticos emblemáticos em Alvalade

– a fruição diária dos espaços verdes da freguesia, criando condições para proporcionar um conhecimento contínuo da fauna e flora presente na Mata de Alvalade, Jardim do Campo Grande e outros espaços verdes ou o lazer ao ar-livre

– o apoio ao comércio local, designadamente com o aproveitamento do significativo potencial da restauração de Alvalade para gerar pólos de atratividade e rotas de diversas especialidades gastronómicas

Tendo em conta que a anterior freguesia de Alvalade era dez vezes mais pequena do que a nova, vê isso como _Andre Moz Caldas (1)impeditivo para alguma acção?

Pelo contrário. Trata-se de uma escala apropriada ao desenvolvimento de politicas com verdadeiro impacto no território e sua população.

Que apoio espera do Governo nesta reorganização autárquica?

Não precisamos do Governo para quase nada. Só precisamos que o Governo não atrapalhe. É preciso espaço para que as autarquias locais se desenvolvam no quadro de autonomia que lhe é proprio, sem estarem condicionadas na “jaula” burocrática em que o legislador, muitas vezes sem compreender a realidade concreta do dia-a-dia da freguesia e com fraca qualidade técnica, nos deixou.

Uma  palavra para os habitantes da Freguesia de Alvalade relativamente à época natalícia…

Estamos muito empenhados nas tarefas que nos foram confiadas pelos habitantes da Freguesia de Alvalade, portanto é com especial sentimento que nesta quadra deixamos uma palavra de esperança no futuro que se aproxima.

Os desafios da atual realidade social e política fazem impender sobre todos nós uma enorme expectativa e exigência, pelo que é com igual convicção que contamos corresponder aos fregueses de Alvalade.

Aproveitamos esta oportunidade para partilhar a iniciativa Comércio Solidário do Comércio do Bairro de Alvalade que decorrerá nos próximos sábados (dias 7, 14 e 21 de dezembro), a quem prontamente nos associámos numa lógica de apoio ao comércio local, dinamização do espaço público e promoção de uma forte identidade solidária como é próprio da época natalícia.

 

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