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XII Encontro de Concertinas no Vale Fundão

 

Mais de duzentos tocadores de concertinas reuniram-se para abrilhantar o XII Encontro de Concertinas, que decorreu no dia 29 de Janeiro no Salão de Festas do Vale Fundão, em Marvila.

A iniciativa, organizada pela Casa do Concelho de Arcos de Valdevez com o apoio da Junta de Freguesia de Marvila, é sempre um enorme sucesso: mais uma vez, o Salão de Festas do Vale Fundão estava a rebentar pelas costuras, numa tarde de animado convívio e de festa regionalista.

Joaquim Brito, simultaneamente responsável pela colectividade e vogal da Cultura da autarquia local, descreve o certame como “o maior encontro de concertinas que se realiza na cidade de Lisboa” e salienta ao EXPRESSO do Oriente que comparecem habitualmente agrupamentos representativos de todo o país, desde a Beira Baixa, Leiria, Arganil, Pampilhosa, Arcos de Valdevez e toda a Grande Lisboa, desde a Charneca da Caparica a Amadora, Loures, Cascais…

Ao longo da tarde, o som inconfundível da concertina anunciava-se quase a toda a freguesia, uma vez que os tocadores não se reuniam só dentro do edifício: à porta, cá fora, mais de uma dezena deles entretinha-se enquanto davam aos dedos.

Lá dentro, por sua vez, sucediam-se os grupos no palco, num total de mais de 30 inscrições. “Sabemos o número de tocadores através do número de medalhas entregues”, explica Joaquim Brito ao nosso Jornal. “Só distribuímos medalhas aos tocadores de concertinas, e foram distribuídas mais de 200 medalhas!”, acrescenta.

O presidente da Junta de Freguesia de Marvila, Belarmino Silva, marcou presença no evento, acompanhado de vários membros do seu executivo.

Homenagem ao instrumento

A Casa dos Arcos promove há largos anos esta iniciativa, constituindo-se como uma homenagem à concertina, um instrumento muito querido para todos os minhotos.

Joaquim Brito considera que existe hoje um interesse crescente por parte da juventude: “Pode dizer-se que a concertina está na moda. Antigamente era tocada mais por gente da província, hoje em dia muitos jovens e estudantes universitários fazem questão de aprender. Abundam as escolas de concertina por todo o lado”.

Em nome da Junta de Freguesia de Marvila, o vogal da Cultura realça que a autarquia apoiou o certame “desde a primeira hora”, por entender que “são as instituições que devem tomar a iniciativa e o pelouro da Cultura está disponível para apoiar todo o tipo de eventos culturais”. Finaliza assinalando que o encontro “promove Marvila e representa-a em todo o país, além de associar a imagem de uma freguesia simpática, dinâmica e atractiva”.

Grupo da Barrenta

O nosso Jornal falou com Ricardo Pereira, 32 anos, responsável pelo Grupo de Concertinas da Barrenta. O nosso interesse justifica-se por termos ouvido que este grupo organiza o maior Festival de Concertinas do país… quisemos saber se era mesmo assim.

O dirigente desta colectividade do concelho de Porto de Mós, distrito de Leiria, explica que de facto se trata encontro de maior dimensão nacional e que decorre em 2017 a 16.ª edição. “Este ano passaram 411 tocadores pelo palco, além dos nossos da casa, perante cerca de 12 mil pessoas na assistência!”.

Ricardo toca há 10 anos e começou precisamente por causa do Festival, mais ou menos na 3.ª edição. “Surgiu o bichinho em mim, decidi que tinha de aprender e ao fim de 6 meses já estávamos a fazer actuações. Ao fim de ano e meio tomei as rédeas do grupo e da Escola de Concertinas”.

Em jeito de conclusão, este nosso amigo confirma o que já ouvimos várias vezes: não há idade para aprender a tocar concertina, só é preciso saber ler e escrever!

Regressamos ao palco, onde os Serranitos da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra tocam as modas da sua zona. Em clima de alegre convívio e ao som da concertina, dos ferrinhos e do reco-reco, a tarde fez-se de muita música e saudades da terra.

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