Sociedade

Geração Benfica dos Olivais incentiva o aproveitamento escolar dos seus atletas

Geracao Benfica Site Quadro de HonraA Escola de Futebol Geração Benfica dos Olivais aposta de forma decisiva no aproveitamento escolar dos seus atletas. Formação humana e desportiva surgem lado a lado, e quem ganha são as crianças.

É um lugar-comum opor os treinos de futebol aos deveres escolares. É um exercício tradicional dos pais medir o tempo que os filhos gastam nos treinos e competições desportivas, por um lado, e o estudo e os trabalhos de casa, por outro. Existe uma certa preocupação parental de que os filhos coloquem a prática desportiva em clubes acima dos deveres escolares na sua ordem de prioridades, e que tal resulte num fraco aproveitamento escolar.

Mas no Geração Benfica dos Olivais é diferente. Há um compromisso genuíno da Escola de Futebol com a formação humana (mais do que meramente futebolística) das crianças, e os resultados saltam à vista. Na prática, é o próprio futebol que promove o rendimento escolar.

Escola vem primeiro

Rui Viegas, coordenador técnico, apresenta a ideia na sua formulação mais simples “Não queremos que as crianças coloquem o futebol à frente da escola e por isso damos a maior importância ao sucesso escolar”. Esta ordem de ideias baseia-se na constatação de que “a escola é o principal meio onde farão a sua progressão, aprendizagem e integração de valores”.

Como é que este esforço se materializa? É feito um acompanhamento do percurso escolar dos alunos, quer pela equipa técnica, quer pela estrutura directiva, sempre com uma comunicação aberta e regular com os encarregados de educação. Além de os problemas de comportamento serem imediatamente sinalizados, o desempenho escolar negativo origina castigos desportivos: “duas negativas na escola dão direito a um jogo de castigo para os alunos que estejam na vertente de competição”.

Castigo dissuasor e reforço positivo para os bons alunos

O castigo serve um propósito essencialmente dissuasor: “nos meses anteriores à saída das notas tentamos perceber como se encontram as crianças e conversar com elas para não ter de aplicar os castigos”, explica o coordenador.

Para os bons alunos, há um incentivo extra: a entrada no quadro de honra, para os alunos do 2.º e 3.º ciclo. O critério de entrada exige que a média das notas seja pelo menos de 4 valores e que os alunos não tenham nenhuma negativa.

Os alunos mais novos, que compõem o grosso dos inscritos na Escola de Futebol, não têm quadro de honra por questões que se prendem com a dificuldade de quantificação e uniformidade das notas (escola pública versus escolas privadas), mas é igualmente feito um acompanhamento muito atento do percurso escolar.

Geracao Benfica Site EquipaBons resultados

“De ano para ano somos cada vez mais procurados pelos pais, principalmente quando as coisas não correm tão bem ou quando o desempenho está abaixo das expectativas”, relata Rui Viegas, completando depois que os pais normalmente aproveitam a elevada confiança que os filhos têm no mister e na restante equipa técnica para solicitarem alguma orientação: “ele não tem feito os trabalhos de casa, não se tem portado bem, falem com ele, tentem ver o que se passa”.

Felizmente, “80/90% dos alunos” apresentam melhorias, estima o coordenador técnico: “São muito poucos os casos em que temos mesmo de partir para a solução dos castigos, que podem ser deixar o aluno de fora de algumas actividades, de jogos de competição, ou em casos extremos, a suspensão durante um período”.

A voz aos atletas

Miguel Barata, aluno do 6.º ano de escolaridade, já vai no sexto ano no Geração Benfica dos Olivais. Treina três vezes por semana, mas encontra tempo para o estudo: “tenho de me organizar para estudar e faço os trabalhos de casa no ATL”. Lá em casa as regras são claras: “os meus pais dizem que se não tirar boas notas não há futebol para ninguém”. Quando questionado sobre se um bom jogador deve ser uma pessoa inteligente, responde com naturalidade: “a inteligência serve para ser usada em certos momentos do jogo”.

Nuno Coelho, da mesma idade que o Miguel, parece ter perfeita consciência dos obstáculos que se colocam no caminho de quem sonha ser jogador profissional: “Quando formos adultos queremos ser jogadores de futebol mas isso pode não acontecer e nós temos de ter caminhos para seguir com a nossa vida e não ficarmos sem fazer nada”.

“Negativas dão castigo”

Conta-nos o Nuno que entrou para o quadro de honra da Escola de Futebol e que este ano manteve-se por lá… e não espera sair: “não tenho negativas. Mas tenho colegas que têm quatro negativas, e isso são logo 2 jogos de castigo”. Quando lhe perguntamos o que pensa dos castigos e se são uma motivação extra, responde com prontidão: “sim, o que mais gostamos é de jogar à bola e aqui se não tirarmos boas notas não fazemos o que mais gostamos”.

Para Diogo Branco, ligeiramente mais velho, com 13 anos, e já com três anos de federado, o percurso escolar – não o desempenho desportivo – é visto como a ferramenta principal para a definição do futuro: “Aqui ninguém tem de pensar que vai ser um grande jogador. A escola tem de ser mais importante, porque o objectivo é poder escolher o que quisermos para a nossa vida”.

Geracao Benfica Site Rui ViegasActividades premeiam o esforço dos alunos

Entre as actividades realizadas pela Escola de Futebol, contam-se as visitas ao Estádio da Luz, bem como ao Museu Cosme Damião, a comemoração do Dia da Criança, torneios e convívios com os encarregados de educação, actividades em que as crianças podem trazer um amigo de fora, uma acção de solidariedade no Natal e um jantar de Natal no Estádio da Luz.

O sucesso do modelo implementado pela equipa liderada por Rui Viegas e a aprovação que merece por parte dos pais podem ser medidos também pela taxa de retenção que a Escola apresenta: “quase metade dos mais de 300 alunos está cá desde o ano em que começámos”.

Uma relação de confiança muito forte

A aposta na continuidade dos treinadores também é um trunfo que contribui para a estabilidade do projecto: “Este ano só temos 2 treinadores novos. Os alunos têm uma relação de grande proximidade com os treinadores e com a equipa da coordenação”. Percebemos desde o primeiro instante a estreita ligação que Rui tem com os atletas, à medida que ia sendo cumprimentado por todos os jovens jogadores a caminho dos balneários. “Conhecemos pelo nome todos os alunos da Escola.

Convidado a revelar o que mais gosta neste trabalho, não demora muito tempo a responder: “O que mais gosto é ver a felicidade e o desenvolvimento e aprendizagem das crianças”. Quando tirou o seu curso de educação física não pensava ser treinador, mas a vida trocou-lhe as voltas. Sente-se apoiado pela estrutura de coordenação e cheio de vontade de continuar o trabalho que tem desenvolvido.

Desejamos-lhe e ao Geração Benfica dos Olivais os maiores sucessos, estão com toda a certeza no bom caminho!

Ver mais

Artigos relacionados

2 Comments

  1. Parabéns a todos os que participam e participaram desta iniciativa que deveria ser seguido por quantos têm como meta a cultura e educação de todas as crianças: O mundo de amanhã.

    João Veiros

  2. benficaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa sempre

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Close