Sociedade

Moradores contra “sala de chuto” no Lumiar

O Movimento de Cidadãos Contra a Sala de Chuto do Lumiar e a Associação de Moradores do Bairro da Cruz Vermelha criaram uma petição onde alertam para os perigos da instalação de um equipamento de consumo assistido na freguesia, onde já se iniciaram as obras de construção e por isso pedem o cancelamento imediato das mesmas. Em quatro dias chegaram perto das 2500 assinaturas.

Está prevista a construção de uma sala de consumo assistido, vulgarmente chamada de “sala de chuto”, no Bairro da Cruz Vermelha, na freguesia do Lumiar, em Lisboa, mas a população está contra e alega que a insegurança que já se vive naquele local irá aumentar com a vinda deste equipamento e mostra receio de que a sua abertura atraia toxicodependentes de freguesias e até de concelhos vizinhos.

Na petição, o movimento de cidadãos aponta as razões contra a localização escolhida para a instalação da sala de consumo assistido por ficar inserida numa zona residencial consolidada, “junto do Bairro da Cruz Vermelha, do Lumiar Centro, da Universidade da 3ª idade, da Creche da Associação Popular do Lumiar, do Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar, do colégio São João de Brito, do Mercado do Lumiar, das Finanças e de outros equipamentos sociais e comerciais implantados nos centros residenciais consolidados da freguesia de Santa Clara, em flagrante violação do disposto na Lei sobre esta matéria”, acrescentando também que “não se encontra assegurado o reforço da segurança na zona, até à inauguração da nova esquadra, que não tem data agendada” e lembra que um relatório europeu, alertava, já em 2004 “para a falta de eficácia das salas de consumo assistido, para problemas de perturbação da ordem pública e efeitos de ‘arrastão’ dos consumidores, para um aumento do tráfico de droga nas imediações da sala de consumo assistido e, ainda, para os ajuntamentos de consumidores e de traficantes de droga à porta das salas”, entre outras razões.

O grupo de cidadãos envolvidos nesta petição mostra-se surpreendido pela forma como as obras avançaram, em Junho deste ano, e garantem que “não foi realizado um debate informado e aberto a toda a população do Lumiar e os residentes não foram auscultados no processo de decisão sobre a instalação deste equipamento na Freguesia”, – apesar de desde 2018 estar aberta a discussão pública – e por isso exigem a imediata suspensão trabalhos em curso.

O presidente da Junta de Freguesia local, Pedro Delgado Alves, em declarações ao jornal Observador, garante que o problema foi amplamente debatido, nomeadamente nas Assembleias de Freguesia, onde este tipo de resposta foi recomendado pelas várias organizações no terreno. O presidente aceita que existe um problema de consumo de estupefacientes no Lumiar e acredita que a solução passa pela construção deste equipamento, por isso, afirma que a obra é para continuar.

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