Sociedade

“Os Poemas da Minha Vida”

resized_poemas-da-minha-vida-18Apresentada ao público no dia 7 de Dezembro, a obra “Os Poemas da Minha Vida” reúne 50 poemas que contam – sem a contar – a vida de Mário Assis Ferreira.

Nas palavras do autor que os seleccionou e os fez acompanhar por notas comentadas, em edição da Modo de Ler, “São poetas novos, contemporâneos, de Pedro Mexia a José Luís Peixoto, de Inês Pedrosa a Francisco José Viegas. São poetas consagrados, de Nuno Júdice a Vasco Graça Moura, de Sophia de Mello Breyner a Manuel Alegre. São poetas académicos, tais como Fernando Pinto do Amaral e Gastão Cruz. São, enfim, poetas cujo estatuto os eleva ao limiar de históricos, tais como Camões, António Nobre, Fernando Pessoa, Cesário Verde, Mário de Sá Carneiro, Carlos Drummond de Andrade. Nem sequer poderiam faltar fadistas-poetas, como Amália Rodrigues, ou poetas musicólogos, como Ary dos Santos. Leio esses e tantos outros poetas, com prazer e devoção. Sem disfarçar, por vezes, a picardia de alguma inveja…”

O novo livro de Mário Assis Ferreira foi apresentado no restaurante do El Corte Inglês, perante uma extensa plateia de amigos e familiares do autor, incluindo ilustres personalidades do mundo empresarial, da política e dos media.

Na hora de tecer as suas considerações sobre a obra, a professora catedrática Isabel Ponce de Leão notava que o autor tem razão quando diz que a poesia se lê ao sabor dos estados de alma; para a filóloga, os estados de alma alteram a própria semântica do poema e o leitor torna-se sempre em parte autor do próprio texto.

A propósito disso mesmo, Mário Assis Ferreira comparava, na sessão, os poetas a “alquimistas de estados de alma” e “artífices de sentimentos”. Recorrendo a versos de Pessoa, o autor chamava a atenção do público para a máscara do poeta que esconde a verdade por detrás do fingimento: “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sente”.

E terminava: “Por isso, se a Terra gira, a sua rotação foi o poeta que a criou. Por isso, se Deus existe, a sua omnipresença foi o poeta que a criou. Pois a verdade, a sua verdade, é o poeta que a cria. Uma verdade que nunca acaba, apenas se suspende no ânimo de ressurgir. Não assim, essa minha verdade que nunca se suspende no meu culto à poesia, com alguma angústia de não saber ser poeta, com alguma mágoa de uma admiração sem esperança. Que este livro seja, enfim, um grito de homenagem aos poetas. Que eu possa, mesmo modestamente, contribuir para revelar a magia desse nexo que une dois mistérios: o do poeta e o do leitor”.

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