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Biblioteca de Marvila partilha memórias sobre vilas operárias

Os pátios e vilas operárias da zona ribeirinha oriental da cidade fazem parte da História de Lisboa. O dia 21 de Março foi dia de os recordar e partilhar memórias sobre eles.

A sessão decorreu no âmbito do programa “Vidas e Memórias de Bairro – Oficinas Comunitárias da Memória”, que na edição de 2018 acontece todas as quartas-feiras desde o início do ano, continuando o trabalho iniciado em 2017.

O programa já se centrou na arquitectura da zona oriental de Lisboa, nos núcleos clandestinos e nas quintas, no Carnaval e no São Valentim, e ainda há-de abordar as cheias de 67, o terramoto de 69, o 25 de Abril de 74 e o futebol no Estado Novo, entre outros temas.

Na sessão em que o EXPRESSO do Oriente participou, o assunto sobre a mesa eram os pátios e vilas operárias da zona a que hoje chamamos Marvila e Beato, que num levantamento efectuado em 2002, se cifravam em 118.

A especialista, Margarida Reis e Silva, autora de uma dissertação sobre o assunto, apresentou os exemplos mais emblemáticos, contou algumas particularidades sobre cada um e convidou os participantes a partilhar as suas memórias.

Os pátios e vilas operárias surgem muito ligados às fábricas que foram surgindo sobretudo no Beato, Marvila e Alcântara. Os trabalhadores, vindos de todos os lados, alojavam-se nestas novas habitações muito próximas da respectiva fábrica, a partir de 1840. Como é necessária bastante mão-de-obra, a população residente em Lisboa dispara: duplica em 60 anos e volta a duplicar nos 40 seguintes!

Os pátios sempre terão existido, aproveitando as traseiras dos edifícios, mas houve uma nova vaga no final do século XIX, para albergar a população nova. Já as vilas operárias, são construídas de raiz para habitação dos trabalhadores com baixos rendimentos. Entre muitos factos curiosos, a orientadora da sessão suspeita que o Pátio do Black, situado no Beato, possa ser anterior à primeira vila operária registada, situada em Alcântara, datando dos anos 50 ou 60 do século XIX.

As fotografias exibidas na sessão fizeram-nos andar para trás no tempo, revelando antiguidades como a Fábrica dos Fósforos, os armazéns Abel Pereira da Fonseca, a Fábrica do Braço de Prata, a Sociedade Nacional de Sabões e a Santos Lima; também foram exibidas fotografias antigas do Bairro Chinês, da Vila Dias, da Vila Flamiano e tantas outras.

Até 30 de Maio, o grupo continuará a fazer desfilar memórias de Marvila. Junte-se a eles!

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