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Espaço conhecido como Campo das Cebolas será Largo José Saramago

O nome de José Saramago vai ser atribuído ao largo entre a Avenida Infante Dom Henrique e a Rua dos Bacalhoeiros, parte do espaço conhecido pelos lisboetas como Campo das Cebolas.

A decisão resulta de uma proposta subscrita pela vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Catarina Vaz Pinto, que mereceu parecer favorável da Comissão de Toponímia, e que foi aprovada em reunião de Câmara com os votos contra do PSD e do CDS.

O Largo José Saramago terá a particularidade de se situar precisamente junto à sede da fundação José Saramago, na Casa dos Bicos. Há ainda que notar que, no âmbito da requalificação do espaço, foi trazida uma oliveira da terra natal do escritor, que foi plantada sob as suas cinzas.

Na placa de toponímia deverá ler-se “Largo José Saramago, Escritor, Prémio Nobel, 1922-2010”.

A proposta da vereadora da Cultura realça a “notável e singular obra literária” do escritor falecido há oito anos, que foi traduzida para diversas línguas, e sublinha a vastidão de estilos da mesma obra: “além de romances, inclui contos, crónicas, diários, literatura de viagens, literatura infantil, peças teatrais, poesia”.

Refere ainda a proposta: “José Saramago é, desde 1998, o único Prémio Nobel da Literatura portuguesa e o segundo Prémio Nobel do nosso país, além de ser uma personalidade de enorme dimensão intelectual, artística e humana (…)”. Em seguida, o texto elenca os prémios literários, os doutoramentos honoris causa e condecorações.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, recordou que o largo não está registado na toponímia da cidade como Campo das Cebolas e que a Câmara mantém desde há muito contactos com os familiares do falecido escritor, mas não foi o suficiente para refrear a oposição do vereador do PSD João Pedro Costa e do vereador do CDS João Gonçalves Pereira. O primeiro considera que o largo escolhido “não faz justiça ao nome do homenageado” e constitui mesmo um “substancial desrespeito à história da cidade”, uma vez que o Campo das Cebolas já vem referido em documentos anteriores ao terramoto de 1755; com a sobreposição das denominações, é provável que os lisboetas ignorem a nova toponímia do espaço. O segundo sugeriu, em alternativa, que o nome de José Saramago fosse antes atribuído a um equipamento educativo ou cultural.

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