
Em cerimónia solene, agendada para o próximo dia 23 de outubro, a partir das 18 horas, no Auditório do Casino Estoril, Guilherme d’Oliveira Martins, Presidente do Júri dos Prémios da Estoril Sol, entrega os Prémios Literários Fernando Namora e Agustina Bessa-Luis, referentes a 2024, respectivamente, a Hugo Gonçalves e a Dulce Gonçalves, bem como o Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural a Helder Macedo.
A 27ª edição do Prémio Literário Fernando Namora, promovido pela Estoril Sol, com o valor pecuniário de 15 mil euros, distinguiu Hugo Gonçalves pelo romance “Revolução”.
O Júri, presidido por Guilherme d`Oliveira Martins, sublinhou que “Revolução” “é um livro que se impõe literariamente, graças ao modo como liga pontas soltas da história portuguesa recente, mantendo sempre, no entanto, o desenho narrativo de personagens contraditórias, heroicas ou trágicas, fortes ou fracas, e cujos perfis interpelam e comentam os leitores actuais do romance e as suas respectivas posições ideológicas”.
Por sua vez, em relação à 17ª edição do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, com o valor de 10 mil euros, o Júri distinguiu Dulce Gonçalves com a obra original “O Processo”, que assegura a sua publicação através da Editorial Gradiva.
O Júri escreveu em acta que este romance: “é centrado na memória histórica dos últimos anos da resistência à ditadura portuguesa e, ao mesmo tempo, de projeção dos traços culturais que asseguraram algumas das suas referências emblemáticas, nomeadamente, as relacionadas com o fenómeno da emigração portuguesa para França, sobretudo durante os anos sessenta. Nesse quadro irá evoluir a descrição de momentos (culturais e políticos) particularmente relevantes da comunidade lusa como, por exemplo, o fenómeno do Maio 68 em França, com as suas rebeldias poéticas e insubmissões criativas, e o da Capela do Rato em Portugal em dezembro de 1972”.
Na 10.ª edição do Prémio Vasco Graça Moura – Cidadania Cultural este foi atribuído a Helder Macedo. “Um ilustre poeta, romancista, ensaísta, crítico, e professor que tem um percurso exemplar no campo da cidadania cultural”, referiu o Júri. Instituído pela Estoril Sol o Prémio, com periodicidade anual e no valor de 20 mil euros, foi criado em homenagem à memória de Vasco Graça Moura.
Em acta, o júri sublinha que Helder Macedo “exilado em Londres, a partir de 1960, foi colaborador da BBC e lecionou no King’s College onde ensinou Língua e Cultura Portuguesas, afirmando-se como prestigiado investigador. Após a Revolução de 25 de Abril exerceu em Portugal importantes funções na área cultural, tendo prosseguido, a par da criação literária e ensaística, uma ação persistente na cultura e educação em prol da cultura portuguesa no mundo”.
O júri, presidido por Guilherme d`Oliveira Martins, em representação do CNC – Centro Nacional de Cultura, integrou, ainda, José Manuel Mendes, pela Associação Portuguesa de Escritores, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, Ana Paula Laborinho, Liberto Cruz e José Carlos de Vasconcelos, convidados a título individual e, ainda, Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol.