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Munícipes da Penha de França e São Vicente expõem preocupações

Na reunião descentralizada da Câmara de Lisboa para ouvir os munícipes da Penha de França e São Vicente, falou-se sobre as Piscinas da Penha, segurança, mobilidade e higiene urbana.

Numa sessão de quatro horas em que esteve ausente o presidente da Câmara, Fernando Medina, por se encontrar em representação de Lisboa no Comité das Regiões, em Bruxelas, os munícipes fizeram ouvir a sua voz.

Entre os múltiplos assuntos abordados, merecem relevo questões como a necessidade de maior segurança na Avenida Mouzinho de Albuquerque e na Avenida Marechal Francisco Costa Gomes, sendo que a Comissão de Moradores desta última levou à Assembleia Municipal uma petição sobre o assunto. O representante pediu passadeiras para atravessar essa avenida, estruturas abafadoras de som e radares de velocidade com semáforo; o vereador da Mobilidade, Miguel Gaspar, pareceu concordar com as medidas sugeridas.

Noutro ponto, foi pedida uma intervenção na Rua Morais Soares ao nível dos passeios e do pavimento, tendo sido apontados problemas de estacionamento selvagem durante a noite e em segunda fila durante o dia. O vereador Manuel Salgado lembrou que a Praça do Chile passará a ser uma rotunda semaforizada, mas que ainda não há solução de estacionamento para a Rua Morais Soares, conjugada com os corredores BUS e as faixas de rodagem; já o vereador Miguel Gaspar referiu que esta é “uma das vias mais complexas das que temos em Lisboa em termos de mobilidade”.

A envolvente do antigo Bairro da Curraleira foi mencionada como um território carecido de uma intervenção geral de beneficiação, desde a Escola Artística António Arroio à própria urbanização, ao campo desportivo, aos espaços verdes e arruamentos. Também foram mencionados os cavalos errantes (mas com dono) na zona e o grave problema de tráfico de droga no Bairro da Quinta do Lavrado e na vertente já situada na freguesia do Beato. O vereador Manuel Grilo garantiu que é um ponto identificado para a futura unidade móvel de consumo assistido.

Foi apontada a falta de sumidouros na cota mais baixa da Av. General Roçadas, onde costuma haver água acumulada quando chove muito, e o mesmo em relação à Rua da Penha de França; pediu-se maior segurança para as crianças que desenvolvem actividades no próprio pavilhão onde se realizou a reunião e uma solução para os graffitis no espaço público. Lamentou-se a falta de espaços verdes e de lazer na Penha de França, os problemas de estacionamento, de iluminação pública e higiene urbana, nomeadamente na acumulação de lixo, dejectos caninos e proliferação de pombos.

Novo mapa para as carreiras da Carris e solução à vista para as piscinas da Penha?

Respondendo às intervenções que lamentavam a falta de carreiras da Carris na vertente Sul da Penha de França a partir das 21h30, as carreiras com percursos pouco lógicos e tempos de espera inadequados, o vereador Miguel Gaspar garantiu que a Câmara está a rever o mapa das 80 carreiras da Carris e que o vai tentar simplificar. O objectivo é que o mapa seja mais fácil de ler e interpretar, à semelhança do que acontece com o do Metro.

O vereador da Mobilidade também recordou a app lançada há poucos meses que permite gerar alertas para quando o autocarro estiver a chegar e consultar o tempo que falta para tal.

Quanto às Piscinas da Penha de França, dois munícipes trouxeram o tema da demora da reabertura das piscinas, em espera desde 2011. Recorde-se a este propósito que o clube Estrelas de São João de Brito, concessionário do equipamento, se desentendeu com o empreiteiro, a empresa Tanagra, num litígio sem fim à vista. O vice-presidente Duarte Cordeiro afirmou que, após a realização de uma vistoria por uma entidade externa, a entrada dos técnicos da Câmara Municipal de Lisboa para fiscalização da obra foi recusada pelo dono da mesma, pelo que o Município admite chamar a si a conclusão dos trabalhos de requalificação.

Intervenção das autarcas locais

A presidente da Junta de Freguesia da Penha de França, Sofia Oliveira Dias, centrou a sua intervenção nos problemas da mobilidade, espaço público, higiene urbana e renda acessível, afirmando o desejo de assumir competências de recolha de monos e de fiscalização. A autarca também mencionou o projecto do programa “Uma Praça em Cada Bairro” para a Parada do Alto de São João e congratulou-se pelo protocolo de delegação que permitirá, com um pacote de três milhões de euros da Câmara, investir na requalificação do espaço público em vários pontos da Freguesia.

Por seu turno, a presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, Natalina Moura, percorreu individualmente cada tema trazido pelos munícipes. No seu discurso, lamentou a vandalização do parque arbóreo da freguesia e outras faltas de civismo, revelou os números ligados à prestação de cuidados de saúde e enfermagem na freguesia e identificou o tema da habitação e do alojamento local como um dos mais prementes no dia-a-dia do trabalho da autarquia.

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