Avenidas Novas quer combater ondas de calor

Um grupo de cidadãos representantes dos “Vizinhos das Avenidas Novas”, inserido na organização “Vizinhos de Lisboa”, apresentou um conjunto de propostas Contra as ondas de calor à Junta de Freguesia de Avenidas Novas, à Câmara Municipal de Lisboa e a todos os partidos e coligações que se apresentam às próximas Eleições Autárquicas na freguesia que representam. Pretendem com esta iniciativa participar naquilo que entendem ser o melhor para combater as altas temperaturas que o Verão cada vez mais traz ao lugar onde residem.

Assim, propõem um plano de acção que inclui:

Instalar sistemas simples de recolha de águas pluviais

— Usar depósitos modulares junto a sedes de junta, jardins ou hortas urbanas para armazenar água da chuva. Um projeto semelhante já foi implementado em Arroios;

— Utilizar essa água para rega de espaços verdes e lavagem de ruas;

— Monitorizar a qualidade da água com apoio de técnicos da CML ou em parceria com universidades.

Replantar as caldeiras de árvores vazias nas ruas da freguesia

— Levantamento participativo com moradores sobre caldeiras por preencher;

— Submeter o pedido à CML para fornecimento de árvores;

— Articulação com empresas locais ou escolas para operações de plantação.

Criar novos pontos de plantação de árvores em ruas e praças

— Identificar locais subaproveitados (por exemplo, espaços de estacionamento em excesso) para novas caldeiras;

— Propor à CML a criação de “corredores verdes” e participar no desenho do plano de arborização;

— Integrar moradores no processo de planeamento e plantação.

Jardins Verticais e pérgolas com sombra natural nos jardins de bairro e espaços públicos

— Implementar pequenas estruturas com trepadeiras resistentes à seca (por exemplo, vinha virgem, madressilva) em muros públicos ou da freguesia. Areeiro criou um jardim vertical junto da sede da sua freguesia;

— Combinar com bancos ou mesas para uso comunitário em zonas de lazer. Usar materiais reciclados ou de baixo custo sempre que possível;

Criar programas de “adoção de caldeiras” por moradores

— Celebrar acordos com residentes para cuidarem de uma árvore próxima;

— Oferecer formação básica e kits de rega/gardening;

— Criar um mapa das árvores “apadrinhadas” da freguesia com sinalização visível.

Substituir pilaretes por floreiras com vegetação rasteira em zonas pedonais

— Onde possível, trocar pilaretes por floreiras resistentes ao calor;

— Usar espécies com baixo consumo hídrico e elevada resistência (por exemplo, chorões-da-praia, lavanda, alecrim);

— Melhorar o conforto térmico e o aspecto visual da via pública.

Transformar terrenos devolutos em “jardins provisórios” com vegetação móvel

— Intervir em zonas expectantes (por exemplo, canteiros abandonados, espaços não urbanizados);

— Criar “hortas móveis” ou zonas verdes temporárias com vasos e floreiras transportáveis;

— Envolver colectividades e moradores locais na gestão destes espaços.

Promover telhados e muros verdes em edifícios da junta e escolas da freguesia

— Propor à CML projectos-piloto em edifícios públicos com cobertura adequada;

— Promover campanhas informativas para incentivar moradores a adoptarem sistemas similares;

— Parcerias com empresas de engenharia ambiental e universidades.

Plantar árvores nas bermas de grandes avenidas locais e zonas de maior radiação

— Identificar pontos de calor extremo (por exemplo, zonas com grande alcatroamento, pouca sombra);

— Pedir à CML intervenção nestes eixos, priorizando avenidas como Almirante Reis, João XXI, Gago Coutinho;

— Propor iluminação inteligente com sensores de movimento (menos calor nocturno).

Instalar “jardins de telhado” nas paragens de autocarro

— Propor à CML e Carris a colocação de coberturas verdes nas paragens mais expostas ao sol;

— Integrar sensores de temperatura e qualidade do ar, com dados públicos acessíveis;

— Possível parceria com projectos de ciência cidadã integrando universidades (por exemplo, Nova, IST, FCUL) para uso dos sensores e tratamento dos dados.

Alargar e desimpermeabilizar as caldeiras das árvores já existentes

Muitas caldeiras de árvores nas ruas da freguesia são demasiado pequenas e rodeadas por pavimento impermeável, o que dificulta a absorção da água da chuva e a hidratação das raízes. É essencial alargar essas caldeiras e reduzir a impermeabilização à sua volta, seguindo boas práticas técnicas já aplicadas noutras zonas da cidade. Árvores bem hidratadas tornam-se mais frondosas, oferecem mais sombra e resistem melhor ao calor e a doenças.

A organização Vizinhos em Lisboa é uma associação de moradores que visa a defesa dos interesses dos moradores residentes nas áreas, freguesias e bairros do concelho de Lisboa nas áreas de planeamento, urbanismo, valorização do património edificado, mobilidade, equipamentos, bem-estar, educação, defesa do património, ambiente e qualidade de vida.

Esta proposta é apresentada para a freguesia de Avenidas Novas pelo grupo representante da mesma.