Reportagem

Árvores plantadas pelos sem-abrigo

resized_Plantação de árvores - sem-abrigo (10) Entre as mais de 100 árvores plantadas pela Junta de Freguesia dos Olivais só este ano, duas delas foram plantadas por pessoas sem-abrigo num momento especial.

Num esforço de envolver as associações da Freguesia, a autarquia conseguiu mobilizar vários parceiros na plantação e adopção de árvores, nomeadamente a 34.ª Esquadra da PSP dos Olivais, o Rotary Club dos Olivais, o Agrupamento de Escuteiros n.º 67, um grupo de ex-alunos da Escola Adriano Correia de Oliveira e a Associação “Ajudar por um Sorriso”, além de vários particulares, alguns participando pelo segundo ano consecutivo.

No jardim em frente à Escola Adriano Correia de Oliveira, na Rua Cidade de Vila Cabral, foram plantadas várias árvores, duas das quais contaram com as mãos e o suor de um grupo de pessoas sem-abrigo.

resized_Plantação de árvores - sem-abrigo (25)“Apostamos na plantação e na campanha de adopção como convite à comunidade para se envolver com os espaços verdes e com a sua manutenção”, refere a vogal com o pelouro do Ambiente e Espaços Verdes, Cátia Rosas. “Nesta parceria em específico quisemos evidenciar que as pessoas sem-abrigo são válidas, que podem prestar serviço à comunidade. É também uma forma de fazer com que se sintam úteis e importantes”.

A Ajudar por um Sorriso é uma associação que trabalha com os sem-abrigo, especialmente na Gare do Oriente, mas também com outras pessoas carenciadas, conforme nos explica o Chefe Rodrigues (da 34.ª Esquadra da PSP), que despiu a farda e sujou as mãos junto com os seus novos colegas. Entre as acções já desenvolvidas, o grupo já ajudou a pintar uma escola, já angariou bens alimentares e já participou em trabalhos de renovação de habitações degradadas.

resized_Plantação de árvores - sem-abrigo (31)“Estas pessoas que aqui trabalharam hoje representam inúmeros sem-abrigo e nós representamos inúmeras associações e instituições que acolhem e apoiam os sem-abrigo de Lisboa. São pessoas úteis, dignas e prontas a retribuir o que recebem da comunidade”, remata o Chefe Rodrigues.

“Nunca tinha plantado uma árvore”, confessava um dos participantes. “Já só me falta escrever um livro!”, acrescentou de seguida.

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